As corretoras e outros mediadores financeiros albergam um conjunto de profissionais vocacionados para o estudo de mercado, de sectores e de consórcios. Através destes “mecanismos”, o investidor terá seguramente mais hipóteses de se informar sobre a altura perfeita de adquirir e alienar determinadas acções com a cristalina finalidade de conquistar superiores resultados. Na verdade, o investidor também pode procurar “direcção” utilizando configurações colectivas de investimento.
Independentemente do formato de investimento, individual ou colectivo, é fundamental que o investidor possua completo conhecimento das normas que embrulham as bolsas de valores, assim como das instituições onde pretende investir. Será que as acções não constituem uma alternativa de formação de património?
O investimento na bolsa de valores está intimamente associado à economia modernizada do nosso mercado de capitais. O desenvolvimento económico somente terá lugar se existir o desenvolvimento empresarial. A melhor estratégia para acumular riqueza reside na receptividade à abertura de capital, na qual as empresas ganham novos sócios para aprimorar produtos e serviços, e dilatar os cânones de produtividade e lucratividade.
As empresas de reduzida dimensão necessitam de se capitalizar para evoluírem e, simultaneamente, patentear que o reforço do capital próprio, através de uma cotação em bolsa, pode constituir uma opção de financiamento com inúmeros pontos favoráveis. As nossas empresas, nomeadamente as de exígua dimensão, encontram-se profundamente descapitalizadas. Esta conjunção acaba por transportar vigorosas fronteiras ao endividamento. Os limites ao endividamento são habitualmente indicadores de pouco crescimento, todavia as empresas portuguesas necessitam de sobreviver, crescer e ultrapassar as fronteiras terrestres. O abrigo do mercado de capitais como nascente de financiamento, particularmente para as pequenas e médias empresas, tem sido bastante franzino, contemplando-se uma imensa centralização no financiamento bancário. Será que esta conjuntura, a bem do crescimento das empresas portuguesas e da desenvoltura da própria economia, não tem de ser arrevesada? Será que a abertura do capital social ao mercado de capitais não é uma deliberação estratégica, que regularmente descerra um novo parágrafo na existência das empresas?
Estar cotado em bolsa pode representar o caminho para inúmeros benefícios. Contudo, os mesmos são, por incontáveis razões e em diversas ocasiões, subestimados, desconsiderados ou até espezinhados. É impossível uma empresa desenvolver-se sem o aumento de capitais próprios, uma vez que esse reforço vai propiciar a capacidade de ampliar os índices de endividamento. O ingresso no mercado de capitais, através da “invitação” de uma tela amplificada e variada de investidores, pode ser uma opção de financiamento muito simpática e profícua que provavelmente fará a diferença entre conseguir, ou não, concretizar um projecto de investimento no intervalo de tempo pretendido. Será que pela perspicuidade que carrega e liquidez disponível para os investidores, a cotação em bolsa não pode ser saboreada como uma diminuição do custo do capital?
O mundo das acções é um mercado dinâmico e empreendedor que desfruta de diversas modalidades e codificações. A cotação em bolsa é responsável pelo facto de a empresa acarinhar maiores padrões de visibilidade, notabilidade e reputação. A exposição aos meios de comunicação social e a um extenso conjunto de observadores, analistas, historiadores e investidores acabam por alargar, de modo considerável, o reconhecimento da marca. Este aumento de exposição tem actualmente uma fragrância internacional, pois as empresas cotadas na bolsa portuguesa são também “apreciadas” numa espécie de “mini” bolsa europeia. Pelo cumprimento das condições e formalidades que a cláusula de empresa cotada implica, permite-nos afirmar que as empresas que desfilam nesse contexto, perante a sua textura de clientes, abastecedores e colaboradores, ficam bastante robustecidas. Será que esta condição não tem capacidade para magnetizar talentos? Será que maior riqueza de uma empresa não reside na qualidade dos seus recursos humanos?