Francisco Dias, de 61 anos, diz à agência Lusa que pretende ser presidente da Câmara da Guarda “para alterar a política praticada desde sempre, meramente eleitoralista, de curto prazo, sem políticas globais de desenvolvimento que combatam a interioridade”. Refere ainda que quer defender as gerações futuras.
“Mais importante do que um alcatroamento ou um saneamento básico, urge definir políticas de desenvolvimento local, desenvolvendo o tecido empresarial, no sentido de alavancar o poder de compra da classe média, motor do desenvolvimento de qualquer economia”, defende.
O candidato do Chega, que se candidata pela primeira vez às autárquicas, atualmente presidida por Carlos Chaves Monteiro (PSD), está preocupado com “as falsas promessas e orçamentos [municipais] irrealistas, cujos graus de execução rondaram entre os 50% e 60%”. Por isso, pretende “uma política participativa dos cidadãos” efetiva.
Também está apreensivo com a atual situação pandémica e considera necessário “efetuar um diagnóstico da situação dos guardenses, fruto desta calamidade, em detrimento do anúncio de megaprojetos irrealizáveis”.
A ser eleito presidente da maior autarquia do distrito da Guarda, promete que será “um presidente do terreno, auscultando constantemente os cidadãos, tendo como único e exclusivo objetivo maximizar a sua qualidade de vida, que já existe, mas falta potenciar”.
Perante a oposição, manterá “sempre uma postura de respeito, sem qualquer pudor em aceitar as suas ideias desde que sejam para bem dos guardenses” e da terra.
Francisco Dias está na política “exclusivamente” porque quer “mudar o rumo” e “pensando sempre na sustentabilidade da Câmara”. Nesse sentido, não avança com promessas que “à partida” não conseguirá alcançar.
Refere, no entanto, que as bases do seu programa são “rigor, trabalho e dedicação a uma terra fortemente fustigada pelo poder central”.
Mostra-se preocupado por a Guarda ter uma “situação estratégica excelente” e não tirar “qualquer proveito”, e lembra que “o Hotel Turismo está devoluto desde 2012 por gestão danosa da Câmara, sendo objeto de sucessivas promessas de recuperação”.
Francisco Dias refere, ainda, que a autarquia possui 600 colaboradores, o que considera “um péssimo indicador económico, uma vez que a Guarda não se desenvolveu para absorver parte desta mão-de-obra”.
“Não há meritocracia e tem de se arrumar a casa no sentido de emagrecer as funções do município, envolvendo a iniciativa privada devidamente controlada e fiscalizada”, defende.
O candidato do Chega promete que irá “escalpelizar os erros de gestão anterior, que comprometeram as gerações futuras, e responsabilizar publicamente quem perpetrou tais atos de gestão”.
Francisco Dias, natural de Avelãs da Ribeira, Guarda, é licenciado em Gestão de Empresas pelo Instituto Superior de Economia.
Em 1983, entrou para a Companhia Carris, onde exerceu funções de técnico superior nas áreas de Contabilidade, e, entre 1990 e 1993, foi diretor financeiro em três empresas do distrito da Guarda.
Em março de 1993, ingressou na Câmara da Guarda, onde exerceu funções de assessor da presidência na área de água e saneamento, tendo, em 1995, “contribuído decisivamente” para a criação dos Serviços Municipalizados, onde exerceu o cargo de chefe da divisão financeira e onde ainda permanece.
Também foi diretor financeiro da empresa municipal Culturguarda (que geriu o Teatro Municipal) e exerceu as funções de presidente da Junta de Freguesia de Avelãs da Ribeira (1992-1993).
No campo associativo, foi presidente da Associação Cultural e Desportiva de Avelãs da Ribeira (1992-1995). Em maio de 2021, publicou o livro “Confrontos com a Existência”, com a chancela da Editora Chiado.