A obra foi entregue à empresa Edivalor – Construções e Obras Públicas, S.A. e tem um prazo de execução de nove meses, adiantou a APDL numa nota enviada à agência Lusa.
A agência Lusa questionou a APDL sobre a data de início dos trabalhos no terminal ferroviário da Guarda, mas não obteve resposta.
Também a Câmara da Guarda desconhece quando vão arrancar os trabalhos. Numa reação enviada à agência Lusa, o município lembrou que o processo esteve parado devido a “uma questão formal que impedia a APDL de concorrer aos fundos comunitários”.
Problema que também já está resolvido desde abril, através do financiamento, no valor de quatro milhões de euros, no âmbito do Programa Regional do Centro – Centro 2030.
“A candidatura aos referidos fundos foi submetida” na quarta-feira”, revelou a Câmara da Guarda.
A APDL disse que a “intervenção no Terminal Ferroviário de Mercadorias da Guarda contempla um conjunto de melhorias estruturais e operacionais essenciais para a eficiência e sustentabilidade das operações logísticas”.
A primeira fase do Porto Seco da Guarda prevê a construção de um edifício administrativo para serviços aduaneiros e inspeções físicas, e a extensão das vias-férreas existentes de forma a acomodar comboios de mercadorias com 750 metros de comprimento.
Inclui também trabalhos de terraplanagem para permitir “a movimentação de mais de 45.000 contentores de 20 pés por ano” e a vedação do perímetro e controlo de acessos.
Está ainda prevista a alimentação elétrica para a ligação de contentores frigoríficos, telecomunicações e circuito de videovigilância, a instalação de uma báscula rodoviária e barreiras acústicas e integração paisagística.
A obra inclui igualmente a alteração da passagem de peões para garantir a segurança da circulação pedonal perante o tráfego ferroviário e logístico do terminal.
A intervenção destina-se “não só a modernização das operações, como também à criação das condições necessárias à obtenção de autorizações alfandegárias e tributárias”, explicitou a APDL.
“Os portos secos assumem um papel estratégico nas cadeias logísticas multimodais, funcionando como plataformas de concentração de mercadorias, armazenamento de contentores vazios e prestação de serviços logísticos de valor acrescentado”.
A APDL tem defendido que o Porto Seco da Guarda é “fundamental para fortalecer a eficácia da ligação de carga aos portos marítimos do Atlântico e Espanha através da ferrovia”.
“A sua integração eficiente com os portos marítimos, operadores ferroviários e rodoviários, bem como com os sistemas de informação e controlo, é fundamental para a competitividade do setor”, sublinhou a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo.
Com esta empreitada, a APDL considera que “reforça o seu compromisso contínuo com a modernização das infraestruturas e a eficiência dos transportes e logística em Portugal, contribuindo para a competitividade da economia nacional e para uma mobilidade mais sustentável e integrada”.
Em dezembro de 2021, o Conselho de Ministros reconheceu ao projeto da Guarda o estatuto de primeiro Porto Seco do país.
Através do decreto-lei que transferiu a gestão do terminal ferroviário de mercadorias da Guarda para APDL, publicado em março de 2022, dizia-se que o objetivo é transformar a cidade “numa âncora logística fundamental no interior do país”, fortalecendo a ligação de carga aos portos do Atlântico e Espanha através da ferrovia.