Movimento pelo Interior é uma causa nacional que aponta para o emprego

O autarca da Guarda sublinhou ainda que se o país está no estado em que está, todos têm culpa.

Álvaro Amaro, um dos proponentes do Movimento pelo Interior (MPI), afirmou hoje que no centro de tudo está o emprego e adiantou que o movimento não é uma causa do Interior, mas sim uma causa nacional.

“O que está verdadeiramente em causa, no centro de tudo isto, é o emprego. A palavra-chave é emprego. Quem é que o promove? As empresas, mas também o Estado e as instituições”, afirmou o presidente da Câmara da Guarda.
Álvaro Amaro, que falava na segunda conferência do MPI, que decorre hoje na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (UBI), na Covilhã, adiantou que o movimento começou com sete pessoas e espera que termine com sete milhões.

“Não partimos para este movimento com nada feito. O que decidimos foi, para além destas auscultações, convidar três personalidades para ajudar a refletir sobre as medidas a tomar, após a audição destas conferências, em relação a três eixos”, disse.

Os três eixos definidos pelo MPI são a fiscalidade, o papel do Estado no território e a política educativa, sendo que ainda vão ser realizadas, durante o mês de abril, conferências em Mação, Portalegre e Beja e posteriormente uma conferência em Lisboa.
“Esta não é uma causa do Interior. É uma causa nacional. Há muitos anos que se debate e se debita sobre o interior, mas devemos andar a debitar mal ou a propor mal, ou então, temos feito bem e não tem havido a coragem política”, frisou.

O autarca da Guarda sublinhou ainda que se o país está no estado em que está, todos têm culpa.

“Todos temos culpa. Este movimento não é para culpar ninguém, mas procurar soluções radicais para o futuro. Temos recebido centenas de contributos para resolver o problema da interioridade”, disse.

Álvaro Amaro elogiou também a Unidade de Missão para a Valorização do Interior (UMVI), que produziu e propôs um conjunto de 164 medidas.

Contudo, adiantou que aquilo que o MPI pretende é centrar-se nos três pilares que definiu e, no final, apresentar um conjunto de “meia dúzia” de propostas a desenvolver nos próximos 12 anos e que possam alterar a atual situação de desequilíbrio do país.

Essas medidas serão apresentadas, no final de maio, ao Presidente da República, primeiro-ministro, presidente da Assembleia da República e a todos os líderes partidários.

“Sabemos que vai haver medidas que vamos propor que não têm cabimento no Portugal 2030. Queremos apresentar no final de maio, para que no Orçamento do Estado (OE) para 2019 haja coragem política para que este possa dar sinais muito claros de que já contemplará uma parte das medidas que não encontrarão financiamento no 2030”, sustentou.

Por último, sublinhou que o MPI, que tem o alto patrocínio do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, é um movimento de cidadania que nada tem a ver com partidos políticos ou organizações.

“Estamos a fazer as conferências para ouvir e tomar boas notas. Não partimos para este movimento com nada feito”, concluiu.


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