Cinco estrelas em cinco possíveis foi o resultado obtido pelo Hospital Sousa Martins e Hospital de Nossa Sra. da Assunção, que integram a Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda, e pelo Hospital Pêro da Covilhã, do Centro Hospitalar Cova da Beira. Trata-se de uma avaliação anual, referente a 2015, do Sistema Nacional de Avaliação em Saúde (SINAS), efetuada pela Entidade Reguladora da Saúde (ERS).
Cada estrela corresponde à avaliação de dimensões como a “Excelência Clínica” (que diz respeito às áreas de trabalho avaliadas de cada hospital), a “Segurança do Doente” (normas de segurança e eventos adversos na prestação de cuidados de saúde), a “Adequação e Conforto das Instalações” (adequação e conforto dos espaços e equipamentos hospitalares), a “Focalização no Utente” (grau de orientação dos serviços para as necessidades dos utentes) e a “Satisfação do Utente” (satisfação dos pacientes).
A Excelência Clínica tinha sido já uma prova superada no ano anterior pelos três hospitais. Para tal, no Hospital da Covilhã foram avaliadas as áreas de Cirurgia Geral, que obteve nível de qualidade I, Obstetrícia (classificada com o nível de qualidade III), Cardiologia, Cuidados Intensivos, Ginecologia, Neurologia, Ortopedia, Pediatria e Cuidados Transversais (todas com nível de qualidade II). Cirurgia Ambulatório também esteve em avaliação, mas «não foram fornecidos elementos necessários» para que a mesma fosse concluída.
Já no hospital da Guarda foram avaliadas as áreas de Cardiologia, Cirurgia Ambulatório, Obstetrícia, Ortopedia, Pediatria, que obtiveram nível de qualidade II, e Ginecologia foi avaliada com nível de qualidade III. No hospital de Seia apenas foi avaliada a área de Cirurgia de Ambulatório, com nível de qualidade II. O Hospital do Fundão também esteve em avaliação mas obteve apenas quatro estrelas, falhando a da “Excelência Clínica” dado que esta «dimensão não foi avaliada», justifica o SINAS. Relativamente às outras estrelas, apesar da aprovação positiva na “Adequação e Conforto das Instalações”, é que aqui que houve mais fragilidades, não tendo nenhum dos hospitais da região obtido nível máximo. A unidade da Guarda e a de Seia ficaram-se pelo nível I e Covilhã e Fundão obtiveram nível II. De resto, tanto o Hospital Sousa Martins como o Nossa Sra. da Assunção conseguiram nível de qualidade máximo na “Segurança do Doente” (III) e nível II na “Focalização do Doente” e na “Adequação e Conforto das Instalações”.
Já o Hospital Pêro da Covilhã e o Hospital do Fundão obtiveram nível III na “Focalização do Doente” e na “Segurança do Doente”, tendo “Adequação e Conforto das Instalações” obtido apenas nível II. Os resultados de 2015 melhoraram em relação a 2014 para os quatros hospitais, já que a Guarda e a Covilhã conquistaram mais uma estrela, “Segurança do doente” e “Focalização do utente”, respetivamente, e Seia obteve mais duas estrelas “Adequação e Conforto das Instalações” e “Segurança do Doente”. Por sua vez, o Hospital do Fundão, ao qual ainda falta uma estrela para conseguir o pleno, ficou este ano mais perto desse objetivo com a aprovação na “Focalização do Utente”. Nesta avaliação participaram voluntariamente 161 estabelecimentos hospitalares, dos quais 107 (84 por cento) conseguiram a atribuição da estrela de “Excelência Clínica”. A avaliação desta categoria reflete resultados decorrentes da submissão de episódios de internamento com alta entre 1 de janeiro a 31 de dezembro de 2014. Já as novas áreas, cuja avaliação se iniciou em 2015, os episódios de internamento com alta analisados, reportam ao último trimestre de 2014. Nos restantes parâmetros os resultados referem-se a informação recolhida entre agosto e novembro de 2015.
Governo quer radioterapia no interior
O Ministério da Saúde quer instalar um serviço de radioterapia para abranger os distritos da Guarda, Viseu e Castelo Branco, anunciou o secretário de Estado da Saúde na semana passada.
«O Governo irá rapidamente analisar os estudos já disponíveis sobre esta matéria, alguns deles contraditórios, numa perspetiva não local, mas regional, que envolverá toda a Beira Interior e o conjunto de sub-regiões para tomar uma decisão acertada, ponderada, bem pensada», afirmou Manuel Delgado, durante a sessão evocativa do Dia do Centro Hospitalar Tondela/Viseu e do seu padroeiro, São Teotónio. A criação de uma unidade de radioterapia em Viseu é uma reivindicação antiga dos responsáveis hospitalares e políticos locais, mas o governante esclareceu que «esta questão não poderá ser encarada apenas numa perspetiva local», pois trata-se de «equipamento pesado, que exige uma escala mínima de doentes para ser rentável – cerca de 500/550 por ano em tratamento – e reunir uma frequência de utilização que garanta experiência para os profissionais e qualidade e rigor para os utentes».
Nesse sentido, o secretário de Estado apelou à «conjugação de esforços a nível de toda esta região» para se encontrar a melhor localização deste serviço, que é «caro e sofisticado em meios tecnológicos e humanos». Aos jornalistas, Manuel Delgado acrescentou que o Governo tem «a clara noção de que é preciso instalar um serviço de radioterapia no interior, mas não pode ser só para uma localidade em função da sua área direta de atração, tem que ser para uma região». O governante adiantou que as recomendações internacionais indicam que «o ideal é que um doente em tratamento de radioterapia não deve estar a mais de 45 minutos de um centro», sendo que 60 minutos é um período de tempo «considerado aceitável».
«Os utentes desta região não estão, na grande maioria, dentro desta janela temporal», admitiu o secretário de Estado da Saúde, segundo o qual, ao instalar este serviço de radioterapia, o Governo pretende que «80 a 90 por cento dos cidadãos necessitados desta terapêutica» fiquem a menos de 60 minutos do local do tratamento.