Segundo Carlos João, presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Setor Têxtil da Beira Alta, cerca de metade dos alegados lesados estiveram ontem concentrados, entre as 7h30 e as 17 horas, à porta da antiga fábrica Beiralã, na cidade de Seia, com o objetivo de falarem com o administrador.
“Já falámos com ele [com o administrador] por telefone e ele, em vez de ir falar com os trabalhadores, enviou a GNR”, disse o sindicalista à agência Lusa.
Os dirigentes sindicais e os manifestantes estarão de regresso à fábrica, na sexta-feira, para tentarem ser recebidos pelo administrador.
Carlos João explicou que no seguimento da viabilização da unidade, em 2009, foi acordada a readmissão de 150 operários e o pagamento de um montante da ordem dos três mil euros a cada um, uma verba correspondente aos salários que então estavam em atraso.
O administrador “pagou cerca de 50% da primeira prestação e a restante ainda não foi paga, mas como não foi cumprido o pagamento da primeira prestação, as outras caíram todas, totalizando uma dívida de cerca de três milhões de euros”, explicou.
Os antigos e alguns dos atuais trabalhadores decidiram agora pedir os valores em falta, porque “o empresário tem andado a prometer, de ano para ano, que paga” e também porque “parte das instalações da fábrica vão ser alugadas” a uma superfície comercial, segundo Carlos João.
“Nós não queremos inviabilizar o negócio, nós queremos é que o empresário pague o dinheiro” que está em dívida, sustenta o dirigente sindical do setor têxtil da Beira Alta.
A agência Lusa tentou hoje à tarde, por telefone, contactar o empresário, mas não foi possível.