Amigos da Serra da Estrela propõem percursos pedestres para desenvolver turismo

A Associação Cultural Amigos da Serra da Estrela (ASE) apresentou hoje, em Manteigas, a ideia para a criação de um circuito de percursos pedestres para captar turistas e dinamizar o turismo de montanha naquela região.

A proposta do Circuito do Planalto Superior (CPS), com cerca de 50 quilómetros de extensão, foi apresentada por José Maria Saraiva, presidente da ASE, durante uma sessão realizada no auditório do Centro Cívico de Manteigas, na presença de autarcas, ambientalistas, agentes de turismo e da proteção civil.

Segundo o responsável, a ideia surge com o objetivo de atrair visitantes para a Serra da Estrela durante todo o ano, mediante a criação de percursos pedestres no planalto superior, a mais de 1.500 metros de altitude.

O plano sugere a criação de uma rede “de veredas bem estruturadas e consolidadas que considerem alguns elementos” existentes e de refúgios de montanha para apoio aos utilizadores.

“O custo de um quilómetro de estrada dá para construir 250 quilómetros de veredas” numa zona de montanha, observou o dirigente da associação cívica e ambientalista.

José Maria Saraiva salientou que projetos idênticos existentes na Europa captam anualmente “mais de 70 milhões de praticantes”.

“A Serra da Estrela tem para oferecer aos 70 milhões uma paisagem interessante e diversificada, um clima que a restante Europa não tem, um património natural e cultural único, uma boa gastronomia, um povo hospitaleiro e ótimas vias de acesso, boas unidades de alojamento e segurança”, referiu.

Com a criação do CPS, a Serra da Estrela estaria em condições de captar “meio por cento dos 70 milhões”, disse.

Referiu que o projeto será dinamizador e originará desenvolvimento, uma vez que “as pessoas têm que aceder ao circuito e é aqui que entram todas as terras que estão em redor” da serra.

“Cada terra tem que apostar na melhor vereda de acesso à Serra da Estrela”, disse, referindo que o projeto tem que envolver várias entidades como câmaras municipais, juntas de freguesia e associações de baldios, entre outras.

O dirigente reconhece que as caminhadas “poderão ser bem mais interessantes economicamente que o esqui”, pois constituem “um tipo de turismo para todo o ano, com neve e sem neve”.

No debate que se seguiu à apresentação do projeto da ASE, Carlos Gomes, presidente da Federação de Montanhismo e Escalada, reconheceu que o mesmo é “muito interessante e estratégico para o desenvolvimento económico da região através do turismo de montanha”.

“É um grande desafio para as autarquias” e um projeto “estratégico de médio e longo prazo”, acrescentou.

José Veloso, presidente do Clube de Atividades ao Ar Livre referiu que o desafio hoje lançado pela ASE, a ser implementado, servirá para, “de uma vez por todas, trazer gente e riqueza” aos municípios da região da Serra da Estrela.

Já Lemos Santos, presidente da Assembleia Municipal de Manteigas, considerou a ideia como um autêntico “ovo de Colombo” para aquela região.


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