Associação considera atentado ambiental a estrada da Torre na Serra da Estrela

O presidente da Associação Cultural Amigos da Serra da Estrela (ASE) considerou hoje que a estrada de acesso à Torre, na Serra da Estrela, é um “atentado” ambiental e propõe o seu encerramento.

“A estrada da Torre é o maior atentado ao ambiente e à conservação da Serra da Estrela”, afirmou hoje José Maria Saraiva, dirigente da associação cívica e ambientalista ASE, com sede em Manteigas, durante uma sessão realizada no auditório do Centro Cívico daquela vila, sobre “Turismo de Montanha”.

Durante o encontro, que contou com a presença de autarcas, ambientalistas, agentes de turismo e da proteção civil, o responsável falou de alternativas para o atual sistema de ligações viárias da região da Serra da Estrela e lançou o desafio à comunidade académica para que estude o assunto e proponha alternativas à atual estrada de acesso à Torre.

“Temos que ter um grande equilíbrio na questão das acessibilidades”, referiu o dirigente, denunciando que o tipo de turismo hoje praticado na região é o mesmo que foi criado nos finais dos anos de 1950.

Referiu que a construção da estrada que faz a ligação com o ponto mais alto da serra, a Torre, com uma extensão de 15 quilómetros, que encerra quando neva em grandes quantidades, originou “custos brutais com os consumos de combustíveis e questões de segurança”.

Alertou que no estrangeiro não existem “estradas a passar na ‘careca’ dos montes”, como em Portugal, daí a razão para o fecho das vias quando neva em abundância.

José Maria Saraiva sugere o fecho da estrada “durante todo o ano”, mas antes de tal acontecer propõe alternativas.

O responsável propõe que a ligação rodoviária entre Covilhã e Seia seja feita a partir da estrada do Tortosendo (Covilhã) e que seja equacionada a construção de dois túneis entre Unhais da Serra (Covilhã), Alvoco da Serra e Loriga (em Seia).

Defende também a construção de um teleférico para colocar pessoas na Torre, a partir do local conhecido por Covão da Mulher.

“Nós defendemos isto, mas não somos técnicos”, ressalvou José Maria Saraiva.

Após ouvir a sugestão da ASE, o professor de esqui e ex-autarca de Vale Formoso (Covilhã), Arménio Matias, que estava na assistência, sugeriu a construção de um funicular para transporte dos visitantes para o ponto mais alto da Serra da Estrela.

“A única solução é apenas um funicular e acabou. Não pensem em mais nada”, disse.


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