Incêndio em Almeida destruiu 2 mil hectares de pinhal e mato

O fogo que lavrou no concelho de Almeida entre as 12h42 de terça-feira e as 05h31 de hoje consumiu uma área de pinhal e mato de cerca de 2.000 hectares, disse à agência Lusa o Presidente da Câmara.

Segundo António Baptista Ribeiro, a área ardida ainda está a ser apurada, mas “calcula-se que se situe entre 1.500 a 2.000 hectares”. O incêndio, que começou junto da localidade de Senouras/Leomil, avançou em direção à povoação de Aldeia Nova, na margem esquerda do rio Côa, e depois passou para a margem direita, seguindo na rota das localidades de Junça, Naves e Almeida, indicou. Nas aldeias de Junça e de Naves, as chamas rodearam as habitações e armazéns, o mesmo acontecendo na área periférica da vila de Almeida, junto do rio Côa, onde se localizam casas isoladas. No entanto, segundo o autarca, durante a progressão das chamas “ardeu essencialmente mato e pinheiros” e uma pequena casa de arrumos, junto a Almeida. “Regista-se um elevado prejuízo ambiental, mas não há registo que houvesse grandes prejuízos de bens e as pessoas também não estiveram em perigo”, observou. António Baptista Ribeiro disse ainda à Lusa que, durante o combate às chamas, dois bombeiros e dois sapadores sofreram ferimentos ligeiros e sentiram-se indispostos. Um dos homens teve um entorse num pé e os restantes sofreram queimaduras leves e sentiram-se mal devido à inalação de fumos. O presidente da Câmara Municipal de Almeida lembra que o incêndio “teve uma proporção enormíssima, porque há muita manta vegetal e muito mato”. “Tinha várias frentes e, a certa altura, calculei que chegou a ter uma frente muito próxima dos 10 quilómetros de extensão”, acrescentou. O autarca lamentou que em algumas localidades ameaçadas pelas chamas tenha verificado que os terrenos em redor das povoações não se apresentavam limpos. “É inadmissível que, pelo menos junto às povoações, as pessoas não limpem o mato”, disse. Em sua opinião, as autoridades “terão que atuar com maior firmeza porque, senão, todos os anos acontecerão os mesmos casos”. “Temos que ser implacáveis nestas exigências”, afirmou, lembrando que o fogo também tomou “proporções gigantescas porque não se faz a limpeza dos matos” que invadiram os terrenos agrícolas. Indicou que em alguns locais os proprietários limparam os terrenos, mas os vizinhos não tiveram a mesma postura e as chamas progrediram na mesma. O incêndio florestal que começou junto da localidade de Senouras/Leomil chegou a ser combatido por 288 bombeiros, apoiados por 79 viaturas.


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