São mais de uma centena os filmes “made in UBI” que podem ver vistos na Internet, num site criado propositadamente para o efeito. “Filmes UBI” está online desde o final do último ano letivo e constitui-se como a sala onde se apresentam os trabalhos realizados pelos alunos, nomeadamente os seus projetos de final de licenciatura e/ou mestrado. Uma plataforma alimentada por uma base de dados destinada a servir de repositório a estas obras, mas também a mostrar o que se faz na UBI ao nível da sétima arte. Uma forma de divulgar as produções realizadas no âmbito do curso de Cinema, o qual funciona na Universidade da Beira Interior há cerca de uma década e que já viu muitos dos seus ex-alunos receberem prémios em certames nacionais e internacionais. E o que é que se tem feito? Curtas, médias e longas-metragens de temáticas e estilos variados. “São sobretudo ficção. Ainda há poucos alunos a fazer documentário. Alguns são mais experimentais, há alunos que nós vemos que vão gostar de trabalhar na realização de videoclipes ou em filmes para a internet”, descreve Ana Catarina Pereira, docente de Cinema na UBI, acrescentando que a amplitude de temas reflete a abrangência da experiência encontrada na academia. “Os filmes são heterogéneos. Não há uma linha narrativa ou um estilo muito fixo. Os alunos têm professores com vários tipos de escolas e vários tipos de influências. Uns muito virados para a ficção científica e para a animação, outros para o cinema mais comercial. Há docentes que privilegiam a escola mais canónica do cinema português, outros professores que gostam sobretudo de séries e televisão. Tudo isso se nota muito na formação deles”, explica.
COVILHÃ COMO CENÁRIO
Rodados em várias zonas do País, muitos deles têm como cenário a cidade onde está instalada a UBI ou a região da Beira Interior. “Para as pessoas da Covilhã será fácil reconhecerem as zonas onde eles são filmados”, acrescenta Ana Catarina Pereira. Apesar das produções serem elaboradas com baixos orçamentos – a UBI dá um pequeno apoio e alguns alunos conseguem patrocínios – podem encontrar-se atores reconhecidos em termos nacionais. Adriano Luz, Adolfo Luxúria Canibal, Rui Porto Nunes, Marta Andrino, Afonso Lagarto, Nuno Melo, Pedro Laginha, Suzana Borges, Zé Eduardo e Orlando Costa são alguns dos nomes que integraram os elencos. “Temos conseguido actores interessantes. Alguns aceitam, penso eu, porque cansados de fazer telenovelas e há muito pouca possibilidade de fazer cinema português em Portugal”, reconhece Ana Catarina Pereira.
FILMES PREMIADOS
Alguns destes filmes têm sido reconhecidos em vários Festivais de Cinema Internacionais. A curta-metragem “O Sol Nasce Sempre do Mesmo Lado” já esteve em competição em Nova Iorque, várias cidades do Brasil, França, Angola, Letónia, além de diversos festivais portugueses. “‘O Homem que Remava o Barco’ é outro filme que tem tido boas participações em festivais”, conclui a docente. No site “Filmes UBI” – desenvolvido pela ex-aluna da instituição Patrícia Silva –, além de informação sobre todas as produções, tem ligação direta a outros canais de divulgação como o Facebook e o Vimeo.
