“Foram aprovados para financiamento sete projetos de investigação científica e tecnológica, num montante global de dois milhões de euros, para aplicar nas áreas do clima e alterações climáticas, origem da vida, dinâmicas de interação sociocultural ao longo do tempo, e biodiversidade e recursos biológicos, patrimónios naturais e culturais e desenvolvimento regional sustentável”, explicou a Lusa Bruno Navarro.
Do território do Vale do Côa fazem parte seis concelhos: Almeida, Mêda, Pinhel, Sabugal, Figueira de Castelo Rodrigo e Vila Nova de Foz Côa, no distrito da Guarda.
“Este projetos vão, certamente, ajudar a potenciar a economia destes concelhos do Vale do Côa, já que há várias pessoas que aqui se vão instalar, durante três ou quatro anos”, indicou.
Os projetos foram candidatados à FCT, no âmbito da iniciativa “Vale do Côa Internacional Research Awards”. Foram avaliadas 32 candidaturas, tendo sido recomendados para financiamento sete projetos, com uma dotação máxima até 300 mil euros para um período máximo de 36 meses.
Para Bruno Navarro, “nada será como dantes”, no Vale do Côa, após a aplicação destes fundos, “porque se trata de uma forma muito significativa de se olhar para este território do interior e de valorizar aquilo que é património cultural e natural da Humanidade”.
“Vão ser convocados para o território do Vale do Côa investigadores de renome internacional com projetos importantes para o conhecimento deste território “, vincou.
“Os projetos de investigação decorrerão na área do Parque Arqueológico do Vale do Côa, nos próximos quatro anos, e serão publicamente apresentados no início do mês de março no auditório do Museu do Côa”, concretizou o responsável.
A iniciativa científica promovida pela FCT, de acordo com Bruno Navarro, envolve instituições participantes como a Fundação Côa Parque, Universidade de Coimbra, Universidade do Minho, Universidade de Trás os Montes e Alto Douro, Universidade de Aveiro, Instituto Politécnico de Bragança, Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, Universitat Autónoma de Barcelona, Universidad Politécnica de Madrid, entre outras ligadas ao Côa e Douro.
“Os projetos terão que adotar uma perspetiva multidisciplinar e de contexto internacional, facilitando parcerias com peritos e instituições de reconhecido mérito de modo a aprofundar uma agenda de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico (I&D) sobre o património do Vale do Côa e a sua projeção para o futuro”, concretizam os promotores do projeto de ciência e tecnologia.
Inscrito na Lista da Unesco como Património da Humanidade da UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, em 1998, o Vale do Côa é considerado “o mais importante sítio com arte rupestre paleolítica de ar livre do mundo”.
O sítio arqueológico divide-se em dois eixos fluviais principais: 30 quilómetros ao longo do rio Côa como os sítios da Faia, Penascosa, Quinta da Barca, Ribeira de Piscos, Canada do Inferno e 15 quilómetros pelas margens do rio Douro as áreas de Fonte Fireira, Broeira, Foz do Côa, Vermelhosa, Vale de José Esteves, Vale de Cabrões.