A Terapia Electrocumpulsiva é um procedimento em que se estimula o tecido cerebral do doente através de um estímulo eléctrico controlado, que não provoca dor de qualquer tipo, realizando-se sob anestesia geral.
De acordo com Nuno Rodrigues Silva, médico psiquiatra no CHCB, e dinamizador do projeto “é utilizada sobretudo no tratamento de perturbações do humor, como perturbação depressiva major e nas várias fases da perturbação bipolar. Pode também ser útil noutras situações clínicas como esquizofrenia, catatonia, síndrome maligno dos neurolépticos, status epilepticus, estado confusional refractário, entre outras doenças”.
A necessidade deste procedimento médico no CHCB resulta da constatação “da existência de uma proporção significativa de pessoas com perturbação mental manter sintomas graves e incapacitantes apesar de lhes ministrado o melhor tratamento farmacológico, e torna a disponibilização de estratégias terapêuticas alternativas, que possam ser eficazes nestes casos, absolutamente necessárias.”
Segundo Nuno R. Silva, “os principais benefícios desta terapia consistem numa eficácia elevada, com taxas de remissão entre os 60 e os 85%. Em alguns quadros clínicos a eficácia aproxima-se dos 100%.”
O panorama nacional é de que a maioria dos hospitais não disponibiliza este procedimento aos seus utentes, tendo de referenciar a outros hospitais, por vezes localizados a distância considerável, dificultando o tratamento.
Com a criação desta unidade, o CHCB pretende disponibilizar este tratamento a todos os utentes da sua área de influência e estabelecer uma estreita colaboração com outros hospitais do interior do país por forma a receber doentes encaminhados pelos respetivos serviços de psiquiatria.