“Estamos com uma boa procura este ano e, nesta altura do ano, são fundamentalmente os visitantes nacionais que nos procuram”, afirmou hoje à agência Lusa José António Fernandes, presidente da Associação de Empresários de Hotelaria e Turismo do Douro (Htdouro).
O responsável garantiu que o Património Mundial da Humanidade é “cada vez mais procurado para a passagem de ano”, numa tendência que contraria a época baixa e de menor procura que se verifica no inverno.
O turismo no Douro é ainda um destino turístico muito sazonal, com uma época alta no verão que se prolonga até às vindimas mas, depois, esvazia-se novamente de visitantes.
José António Fernandes referiu que as unidades hoteleiras de quatro ou cinco estrelas “estão praticamente esgotadas” e acrescentou que são também cada vez mais os que optam por pequenas unidades de enoturismo, com poucos quartos, em que se cria alguma intimidade entre os hóspedes e os proprietários e a festa é mais privada e familiar.
O responsável lembrou que, este ano, as acessibilidades ao território estão melhores devido à abertura do Túnel do Marão o que facilita a ligação do litoral ao Douro.
Há, na sua opinião, mais procura no Douro, também mais oferta e mais animação e, logo, mais fatores de atração ao território.
A oferta no Douro é variada, para todas as carteiras e idades e vai desde as viagens de duas a três noites nos cruzeiros que sobem o rio, aos hotéis de luxo que preparam jantares de gala, quintas com provas vínicas e festas mais intimistas e à lareira, animação de rua ou bares e discotecas com animação noturna.
A DouroAzul escolheu dois navios para as festas de passagem de ano. Neste momento o navio-hotel “AmaVida” está esgotado e a operadora está a vender os últimos lugares do “Queen Isabel” com opção de três ou quatro dias a bordo.
“Este ano criamos dois programas que permitem a todos celebrar de forma elegante e sofisticada a passagem de ano. É a opção ideal para quem quer fazer umas miniférias nesta altura específica do ano a bordo dos navios que habitualmente estão lotados por clientes estrangeiros durante todo o ano,” afirmou Márcia Batista, diretora comercial da DouroAzul.
Em terra, a Pousada Barão de Forrester, em Alijó, tem já 95% dos quartos ocupados para o ‘réveillon’. Dos 21 quartos, falta reservar dois, mas o responsável pela unidade hoteleira, Gilberto Rodrigues, disse que a lotação vai esgotar.
“Há mais procura pelo Douro de ano para ano. Este ano enchemos mais rápido, os pedidos têm sido imensos”, frisou.
No Hotel Rural Casa dos Viscondes da Várzea, em Lamego, a ocupação está nos 70%, mas a sócia-gerente da unidade, Maria Manuel, referiu que “há sempre procura de última hora”, pelo que prevê esgotar os 35 quartos, tal como tem acontecido nos últimos anos.
Muitos dos que procuram este hotel para a festa de passagem de ano já aqui estiveram nos anos anteriores e querem repetir a experiência.
O Hotel Régua Douro, no Peso da Régua, está a 50% da capacidade, mas também aqui se espera um aumento da procura nas últimas semanas de dezembro que leva a uma boa ocupação dos 77 quartos.
Em Sabrosa, “já há muito” que a Casa de Gouvães e o Lugar das Letras (que aproveitou uma antiga escola primária” estão reservados para o Natal e o ‘réveillon’.
Francisco Abrunhosa, o responsável, referiu que os dois espaços estão reservados a grupos, um deles de estrangeiros, que se juntaram para virem festejar estas duas festas no Douro.
Segundo dados da Entidade de Turismo do Porto e Norte de Portugal, em 2001, ano da classificação pela Unesco do Alto Douro Vinhateiro, havia neste território 2.276 camas e a estada média do visitante no território era de 1,6 noites.
Em década e meia, muitos estabelecimentos hoteleiros foram reconvertidos, alguns para alojamento local. Em 2014, contabilizavam-se 3.547 camas, que incluem as unidades de turismo no espaço rural e turismo de habitação. A estada média manteve-se nas 1,6 noites.