O Turismo resistiu à passagem da Troika e registou no ano passado um aumento de 4,3% em relação a 2012. Um aumento no número de hóspedes que se fica sobretudo a dever ao aumento dos turistas estrangeiros. A expectativa da Associação de Hotelaria de Portugal é que o crescimento se mantenha e que em 2020 o país recupere a quota que tem vindo a perder desde 2000 no mercado mediterrâneo, isto é, sul da Europa e norte de África. “A nossa expectativa é que, a manter-se este nível de crescimento, e é muito provável que ele se mantenha porque Portugal acabou de receber mais uma série de prémios e reconhecimentos internacionais, antes de 2020 vamos conseguir alcançar a quota de mercado que tínhamos nesta região do mediterrâneo que era próximo dos 10%”.
Luís Veiga, presidente da Associação de Hotelaria de Portugal, em entrevista ao programa Flagrante Direto da RCB, mostrou-se também optimista em relação ao mercado interno que no último trimestre de 2013 registou, pela primeira vez, uma recuperação na curva descendente que se vinha a desenhar desde 2009 “houve finalmente um crescimento da procura interna, esse crescimento manteve-se em janeiro, fevereiro e março, estamos neste momento numa fase de recuperação das perdas de anos anteriores, estamos nesta altura com 8 milhões e 300 mil hóspedes estrangeiros e 6 milhões e 200 mil portugueses”.
O problema do turismo em Portugal são as acentuadas diferenças entre regiões, para as quais Luís Veiga tem vindo a alertar o governo. O presidente da Associação de Hotelaria de Portugal defende medidas que ajudem a esbater essas diferenças “incentivos fiscais e parafiscais, no domínio da Segurança Social por exemplo, há um conjunto de medidas que podem ser tomadas e que podem ajudar, até a criação de uma agência de desenvolvimento para a região, foi uma proposta que nós fizemos e que todos os agentes têm que colaborar no sentido da região se impor sobretudo no mercado internacional”.
A introdução de portagens nas SCUTS retirou competitividade às empresas do interior em geral e ao turismo em particular. Luís Veiga, que lidera o movimento de empresários criado para combater essa medida, rejeita a ideia de resignação do Movimento “o Movimento tem-se mantido atento e eu tenho, graças a esta função que ocupo, feito lobbie naquilo que é possível fazer, este é também um momento oportuno e interessante para atuar, porque teremos eleições em pouco mais de um ano, e portanto nós estamos atentos a este timming porque é importante para agirmos e sabermos o que é que os partidos pensam desta questão”.
Luís Veiga está ainda expectante em relação à redução de portagens na A23, depois da Scutvias ter manifestado intenção de assumir o risco de tráfego na Auto Estrada da Beira Interior.