Trabalhadores do Museu do Côa contra novos horários

Os trabalhadores anunciaram que se o conselho diretivo da fundação se mantiver “surdo às suas reivindicações, nenhuma forma de luta será colocada de parte”.

Os trabalhadores da Fundação Côa Parque denunciaram ontem o agravamento das condições de trabalho, com incidência na alteração dos horários e escalas de serviço, mostrando-se contra qualquer alteração neste setor, alegando prejuízos à sua vida familiar.

“Se antes do anúncio de o Museu do Côa abrir à segunda-feira já denunciávamos a falta de pessoal para colmatar as necessidades do equipamento, agora a situação ainda se agrava mais com os novos horários, a que se junta mais uma hora diária de trabalho”, explicou à Lusa o dirigente da comissão de trabalhadores, André Santos.

Segundo informação enviada à Lusa pela Fundação Côa Parque, a partir de hoje, o Museu do Côa adota novos horários, que procuram “adaptar-se às novas tendências dos crescentes fluxos turísticos na região e, simultaneamente, assegurar mais tempo de abertura aos visitantes”.

“Prevê-se o funcionamento ininterrupto dos serviços dirigidos ao público, das 9:30 às 18:00, entre março e maio, e das 9:30 às 19:00, entre junho e setembro, durante todos os dias da semana, deixando assim de estar encerrado às segundas-feiras. O serviço de marcações funcionará também todos os dias da semana com horários ajustados às diferentes épocas do ano”, adianta a nota.

A comissão de trabalhadores da fundação disse estar “frontalmente contra” qualquer horário que se estenda até às 19:00 mesmo que por poucos meses, “porque tudo isto mexe com a vida pessoal e familiar de cada um”.

Relativamente às escalas de serviço, os trabalhadores estão contra a qualquer escala “que não garanta um fim de semana alternado aos trabalhadores” cujas tarefas os obrigam a trabalhar durante esse período semanal.

“As alterações que se pretendem efetuar nas escalas de serviço, designadamente ao fim de semana, resultam da falta de guias, cujo número tem vindo a diminuir. Há 20 anos, quando o Parque do Côa abriu, eram 20. Atualmente há metade desses guias e mais funções atribuídas”, vincou André Santos.

Os trabalhadores anunciaram que se o conselho diretivo da fundação se mantiver “surdo às suas reivindicações, nenhuma forma de luta será colocada de parte”.

Questionado pela Lusa, o presidente do FCP, Bruno Navarro, disse não ser verdade que a situação dos funcionários da fundação tenha sido agravada.

O responsável acrescentou que, relativamente às alterações nas escalas de serviço, os trabalhadores continuarão a poder gozar dois fins de semana de folga em cada quatro, como sempre aconteceu nos últimos anos.

Relativamente à decisão de manter o museu aberto às segundas-feiras, o presidente da Fundação Côa Parque disse tratar-se “de abrir o museu à procura turística, visando assegurar a sua sustentabilidade económica e financeira, o que de resto está também em linha com o que já acontece em outros museus do país, incluindo na região do Douro”.

“Não concordamos com a alegação de falta de pessoal na fundação. Esta instituição dispõe de um quadro de pessoal com 34 funcionários. Destes, apenas nove asseguram, rotativamente o serviço de visitantes”, vincou Bruno Navarro.


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