O passivo do clube serrano tem vindo a reduzir nos últimos anos e na temporada transata abateu 118 mil euros, cifrando-se atualmente nos 547 mil euros, face a um activo no valor de um 1,9 milhões.
“Tirando o leasing, o Sporting Clube da Covilhã não deve nada a ninguém”, salientou José Mendes, a propósito do empréstimo relativo à sede social, que realça ter sido contraído antes da sua chegada à presidência do clube, há 11 anos.
Das despesas fazem parte provisões que totalizam 120 mil euros, para precaver processos judiciais que estavam em curso mas que, segundo o dirigente, estão resolvidos, pelo que essa parcela vai desaparecer nos próximos exercícios.
José Mendes diz que a gestão do clube “cada vez está mais difícil” e prevê que o ano em curso “vá ser ainda mais difícil”, devido à falta de mobilização das entidades oficiais e forças vivas da cidade no apoio ao clube, mas também porque “não têm sido distribuídas verbas da Liga”, situação que “tem condicionado, e de que maneira”.
A tábua de salvação tem sido a venda de jogadores, como aconteceu este ano com Traquina e Erivelto, o melhor marcador do campeonato. “Se não fosse a venda do passe de jogadores de há dois anos a esta parte, neste momento estávamos a passar por uma fase dificílima”, acentua o presidente, que acrescenta que já tinha ido embora se essas transferências não tivessem sido feitas.
Questionado pelos sócios, José Mendes informou que, à semelhança dos últimos anos, não existe qualquer apoio financeiro da Câmara Municipal da Covilhã aos “leões da serra”, e lamenta que o clube não seja tratado “como outros clubes da cidade”.
“Há muito boa gente que podia ajudar um pouco mais”, vinca o dirigente serrano.
Luís Veiga, presidente da Assembleia Geral, destaca “o bom desempenho económico”, o “exercício equilibrado e as contas muito transparentes” e pede a “mobilização das entidades oficiais, da sociedade civil e dos associados em torno do clube”.