O Vale do Côa, no distrito da Guarda, vai juntar-se a Altamira (Espanha) e Lascaux (França) para in
“Com a entrada do Vale do Côa nesta rede europeia dedicada à arte rupestre, ficamos unidos aos sítios mais emblemáticos desta cultura milenar, existente na Europa e que partilham entre si problemas muito semelhantes, todos eles relacionados com a salvaguarda, valorização e divulgação turística deste património”, disse à Lusa o presidente de fundação, Bruno Navarro.
Uma vez que os locais em causa estão classificados como Património da Humanidade, os responsáveis pela gestão da Arte do Côa, Altamira e Lascaux, acreditam que deve ser criado “um plano de gestão integral deste património”.
“Queremos partilhar conhecimentos entre os técnicos que acompanham os três santuários mais emblemáticos da arte pré-histórica na Europa, para que este tipo de património seja gerido de uma forma mais integrada e sustentável”, vincou o responsável.
Para Bruno Navarro, o património que existe no Vale do Côa, na Dordonha (França) e na Cantábria (Espanha), é testemunho de que as manifestações artísticas não têm fronteiras.
“Esta evidência existe desde os tempos mais remotos da ocupação humana”, vincou.
Os reesposáveis pelos três sítios da arte pré-histórica europeia manifestaram por escrito que o desígnio da mobilização de todos os agentes públicos e privados, das áreas da cultura, turismo e desenvolvimento rural, é que contribuam positivamente para impulsionar estratégias alargadas de cooperação internacional, visando a valorização económica e social destes territórios e destas populações.
A Arte do Côa faz também parte de um Itinerário Cultural do Conselho da Europa, onde estão igualmente representados sítios como Altamira (Espanha), Lascaux, Chauvet, Niaux (França) ou Valcamónica (Itália).
Os sítios de arte rupestre do Vale do Côa situam-se ao longo das margens do rio Côa, sobretudo no município de Vila Nova de Foz Côa, estendendo-se por uma área de 20 mil hectares que abrange os municípios vizinhos de Figueira de Castelo Rodrigo, Meda e Pinhel, no distrito da Guarda.
A arte rupestre do Côa, inscrita na Lista do Património Mundial da UNESCO desde 1998, foi uma das mais importantes descobertas arqueológicas do Paleolítico Superior, em finais do século XX, em toda a Europa.
Aquando da descoberta “Arte do Côa”, em 1994, os arqueólogos portugueses asseguraram tratar-se de manifestações do Paleolítico Superior (20 a 25 mil anos atrás) e estar-se perante “um dos mais fabulosos achados arqueológicos do mundo”.
Desde agosto de 1996, o Parque Arqueológico do Vale do Côa organiza visitas a vários núcleos de gravuras tais como Penascosa, Canada do Inferno e Ribeira de Piscos.