“Há equipas formadas em 18 freguesias de Lisboa, das 24. Um total de 50 equipas, em cinco comunidades em pleno funcionamento, [permitem ter] quase mil as pessoas a receber refeições diárias”, explicou à agência Lusa Hunter Halder.
O projeto tem “pouco mais de mil voluntários” no terreno e mais estão a formar equipas em vários pontos do país, acrescentou, falando a propósito do Dia Mundial da Alimentação que se assinala na quinta-feira.
“Estamos a produzir 24 mil refeições mensais”, referiu Hunter Halder, e explicou que são menos nos fins de semana, concentrando-se nos dias úteis, quando as empresas trabalham mais e há mais voluntários disponíveis.
O Refood foi criado em 2011 pelo norte-americano Hunter Halder, a viver em Portugal, e pretende recolher comida que não é utilizada em cafés, pastelarias e restaurantes para distribuir por famílias carenciadas.
Se no início, a intenção era ficar em Lisboa, “a estratégia mudou com a experiência e depois da freguesia da Nossa Senhora de Fátima, primeiro centro de operações”, o objetivo era chegar a todas as freguesias de Lisboa, mas “não podemos criar vontade onde ela não existe e em algumas não há equipas formadas”, apontou Hunter Halder.
Ao contrário, têm chegado sinais de interesse no projeto de todo o país, “de Viana do Castelo a Albufeira” e todos os grupos de cidadãos em todas aquelas cidades e freguesias têm resposta e foram abrindo muitos mais centros de operações que o previsto.
“Não são todos em Lisboa e há também em Viana, Braga, Covilhã, Porto, Gaia, Fundão, Leiria, Faro. Temos, neste momento, cinco núcleos operacionais e outros cinco que vão abrir em Lisboa antes do Natal, dois dia 25 deste mês, em Olivais e Carnide”, enquanto que em “S.Sebastião da Pedreira, Belém e Misericórdia vão abrir antes do Natal”, resumiu o porta-voz da Refood.
Igualmente até final do ano está prevista a presença em Cascais, Foz do Douro, Braga e Covilhã, e três equipas com início de atividade programadas para início de 2015, “talvez comecem a trabalhar antes do Natal”, entre elas Alcântara e Parque das Nações.
Depois de promover a ideia e chamar voluntários, o processo de instalação segue com a avaliação da área, as empresas presentes na freguesia, os potenciais parceiros, as fontes de informação para saber quais os beneficiários, como as câmaras municipais, as misericórdias, a Cruz Vermelha ou a Igreja, com a procura de espaços vazios para o centro de operações, a elaboração de um plano de ação e a abertura do núcleo.
Hunter Halder referiu que “são muitas as entidades a doar alimentos, como restaurantes, mas também grandes eventos como o Rock In Rio ou outros festivais”.
“O nosso objetivo é oferecer um serviço contra o desperdício, a todos dentro das nossas zonas de atuação, e temos uma equipa de recolha que tanto vai a Alfragide, ao Jumbo, buscar grandes quantidades de comida, como passa numa tasca para ir buscar duas refeições”, salientou.