Proteção Civil entregou na Guarda primeiras sinaléticas do programa Aldeia Segura

Sergio Costa5

O presidente da Câmara da Guarda, Sérgio Costa, também destacou a necessidade de “um suporte financeiro adequado para que os municípios possam cumprir todas as suas responsabilidades”.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) entregou ontem à Comunidade Intermunicipal Beiras e Serra da Estrela (CIMBSE) os primeiros conjuntos da sinalética dos programas Aldeia Segura e Pessoas Seguras.

“Este é um passo muito importante, mas é um entre muitos em que nós que temos estado a trabalhar desde 2017. O objetivo é tornar o território mais resiliente, dar mais segurança às pessoas e dar mais segurança ao património que as pessoas têm no seu território”, evidenciou o presidente da ANEPC na cerimónia simbólica de entrega dos primeiros conjuntos de sinalética, realizada na Câmara da Guarda.

A ANEPC vai entregar no âmbito dos programas Aldeia Segura e Pessoas Seguras um total de 700 conjuntos aos 23 municípios envolvidos na iniciativa a nível nacional.

De acordo com a ANEPC, os conjuntos são compostos por placas de local de refúgio e de local de abrigo, bem como placas de direção, “de modo a dotar os aglomerados de sinalética identificativa das rotas de evacuação dos locais de abrigo e refúgio a utilizar em caso de incêndio rural”.

Os números ANEPC indicam que aderiram a este programa, criado após os incêndios de 2017, um total de 2.242 aglomerados, dos quais 2.093 tem um oficial de segurança local e 919 planos de evacuação.

Duarte da Costa considerou que “é um número simpático”, mas admite que o número ideal é “quando tiverem todos os locais [abrangidos]”.

O dirigente salienta que o Programa tem o controlo estratégico da Proteção Civil, mas ressalva que “depois deriva daquilo que são as vontades dos aglomerados populacionais. Nunca vamos conseguir atingir todos os locais, mas vamos continuar a trabalhar”, assegurou.

Duarte da Costa realçou que a União Europeia elogiou recentemente esta iniciativa, “exortando os Estados a seguir este exemplo de Portugal e as Nações Unidas no âmbito da redução do risco de catástrofes também apadrinha este programa”.

O presidente da CIMBSE, Luís Tadeu, lembrou que a iniciativa foi criada em 2017 e por isso para algumas situações “os remédios já vêm tarde”, lamentando que em “Portugal o tempo seja muito dilatado”.

O autarca, que é também presidente da Câmara de Gouveia, defende que a atribuição de sinalética “tem efeito informativo e sensibilização das pessoas, mas não resolve problema nenhum”.

“É pensado a nível nacional e acabam por não ter em consideração as particularidades da região”, criticou o autarca lembrando que no território da CIMBSE há pessoas com idade avançada e com dificuldade de locomoção o que pode impedir a população de chegar aos locais de abrigo.

O presidente da Câmara da Guarda, Sérgio Costa, também destacou a necessidade de “um suporte financeiro adequado para que os municípios possam cumprir todas as suas responsabilidades”.

Duarte da Costa argumentou que sendo um sistema integrado “é um caminho que toca muitas áreas da governação, depende de muitas áreas. São programas que têm de estar integrados, abrange várias áreas. Mas apesar de tudo penso que a resposta tem sido muito cabal relativamente às áreas dos fogos rurais”, destacou.

Aos 15 municípios da CIMBSE serão atribuídos 536 conjuntos, para um total de quase 500 povoações. A sinalética é financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

A CIMBSE é constituída por 15 municípios, sendo 12 do distrito da Guarda (Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Guarda, Gouveia, Manteigas, Meda, Pinhel, Seia, Sabugal e Trancoso) e três do distrito de Castelo Branco (Belmonte, Covilhã e Fundão).


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