A Câmara da Guarda anunciou que instaurou um processo disciplinar a uma funcionária, antiga secretária do ex-autarca Álvaro Amaro, para esclarecer o caso da destruição de documentos da autarquia no triturador de papel do hospital local.
A autarquia refere em comunicado que, “ao tomar conhecimento da matéria indiciária constante da notícia (destruição de documentos da Câmara [Municipal da Guarda] por parte da mãe de [uma] funcionária) determinou de imediato a abertura de um processo disciplinar, com vista ao apuramento dos factos imputados à trabalhadora visada”.
A televisão SIC avançou na sexta-feira que uma funcionária da secção de pessoal da ULS da Guarda foi “apanhada a destruir documentos da Câmara Municipal” e foi denunciada à Polícia Judiciária. De acordo com a estação televisiva, a funcionária é mãe de uma antiga secretária de Álvaro Amaro, ex-autarca e atual eurodeputado do PSD, que é suspeito de ter cometido ilegalidades durante o mandato e meio em que esteve à frente da autarquia.
A SIC admite que os documentos destruídos “fossem contratos e troca de correspondência” do município que foi liderado pelo social-democrata Álvaro Amaro entre 2013 e abril deste ano, quando suspendeu o cargo para se candidatar às eleições europeias.
O município da Guarda, atualmente presidido por Carlos Chaves Monteiro (PSD), emitiu este sábado um comunicado onde também esclarece que “a trabalhadora visada não exerce funções de secretária do antigo presidente Álvaro Amaro há cerca de dois anos”.
Álvaro Amaro, que é um dos cinco arguidos constituídos no âmbito da operação “Rota Final”, renunciou ao mandato de presidente da Câmara da Guarda para assumir o mandato de deputado ao Parlamento Europeu, na sequência das eleições de 26 de maio último, deixando a presidir ao município o seu antigo vice-presidente, Carlos Chaves Monteiro.
Em 12 de junho, a PJ realizou buscas a 18 câmaras municipais do Norte e Centro do país, sendo a operadora de transportes públicos Transdev uma das visadas. O município da Guarda foi inspecionado por uma equipa de seis elementos da PJ, que estiveram nos Paços do Concelho e pediram “um conjunto de documentos, onde estão processos relacionados com os transportes urbanos”, afirmou, na altura, o atual presidente da Câmara da Guarda.
Álvaro Amaro é ainda arguido num outro processo, pela alegada prática dos crimes de fraude na obtenção de subsídio e prevaricação.