Oposição chumba orçamento para 2024 na Câmara da Guarda

Edificiocamara 2022

Sérgio Costa salientou que com a reprovação do orçamento pode estar em causa a execução de diversos projetos, como os que foram aprovados na reunião do executivo e outros já iniciados.

A oposição no executivo da Câmara Municipal da Guarda, gerida pelo movimento Pela Guarda, chumbou ontem, à tarde, o orçamento municipal para 2024, com um valor de 73,8 milhões de euros.

Os três vereadores do PSD e a vereadora do PS reprovaram a proposta apresentada, que apenas mereceu o voto favorável dos três eleitos do movimento Pela Guarda (PG).

Durante a discussão do orçamento, a vereadora socialista, Adelaide Campos, manifestou-se disponível para uma “plataforma de entendimento” com a restante oposição para fazer uma revisão de alguns pontos”.

O presidente da Câmara, Sérgio Costa, mostrou abertura e deu até quinta-feira para que sejam apresentados os contributos.

Em declarações aos jornalistas no final da reunião, o presidente da Câmara afirmou não ter receio de qualquer cenário possível na sequência do chumbo do orçamento.

“Quem chegou à governação da forma que chegou, não tem qualquer receio de governar seja da forma que for”, sublinhou o autarca.

Mas avisou que o PG não governa com o orçamento da oposição.

“Nós governamos com contributos da oposição, claro que sim. Mas nunca iremos governar com o orçamento da oposição”.

Sérgio Costa salientou que com a reprovação do orçamento pode estar em causa a execução de diversos projetos, como os que foram aprovados na reunião do executivo e outros já iniciados.

O autarca deu o exemplo do programa da habitação, o órgão da Sé e o apoio às juntas de freguesia, aprovados na reunião de ontem.

“É esta a consequência que pode ter o chumbo do orçamento. Os partidos políticos que estão no executivo municipal têm de ser chamados à razão por aquilo que hoje fizeram”, sustentou Sérgio Costa.

Os três vereadores do PSD aludiram a 19 pontos para justificar o chumbo do orçamento que entendem não ter “investimento real e efetivo”.

Carlos Chaves Monteiro referiu que a avaliar pelo documento “vai ser mais um ano de projetos e projetos e nada de obra”.

O autarca apontou que no documento se destacam “milhões de euros para a reabilitação das áreas ardidas”, mas que “gostaria de ver esses milhões refletidos em projetos mobilizadores para a Guarda”.

O eleito do PSD destacou a ausência de obra no Centro Histórico e na Praça Velha, o retrocesso na Carta Educativa e a falta de investimento na saúde e na habitação.

Carlos Chaves Monteiro realçou ainda que a cultura é “o parente pobre” e considerou que “é muito redutor” aquilo que o executivo tem feito nesta área.

O autarca considerou que “daqui para a frente o executivo tem de governar a olhar para a oposição como apoio”.

A vereadora Adelaide Campos considerou que a cidade “vai decaindo a olhos vistos” e que temas como a reabilitação da Praça Velha e incentivos para fixação dos jovens são “uma emergência para a Guarda”.

Na sua opinião, viabilizar o orçamento seria “perpetuar uma situação de pouca atividade e pouca ambição”.

No início da reunião de Câmara tomou posse pelo PG o vereador Rui Melo, em substituição da vereadora Diana Monteiro, que renunciou ao mandato em meados do mês.


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