O novo presidente da Comunidade Intermunicipal Beiras e Serra da Estrela (CIM-BSE), Paulo Fernandes, defendeu hoje a criação de uma relação de diálogo entre estruturas idênticas e com a “vizinhança transfronteiriça”.
“Esse diálogo na vizinhança é essencial, mas também na vizinhança transfronteiriça. Esta CIM tem uma obrigação acrescida de ser um referencial do ponto de vista de relacionamento transfronteiriço”, afirmou Paulo Fernandes na sessão de tomada de posse da presidência daquele órgão, realizada hoje na Câmara Municipal da Guarda. Paulo Fernandes (PSD), que também preside à Câmara Municipal do Fundão, tomou hoje posse do cargo de presidente da CIM-BSE para os próximos dois anos, sucedendo ao autarca da Covilhã Vítor Pereira (PS), como ficou decidido na constituição daquele órgão que tem sede na Guarda e congrega 15 municípios da região.
“Hoje, quando pensamos no norte, vem-nos logo à cabeça Galiza. Nós, quando pensarmos nesta CIM, a componente da relação com Castilha y León tem que ser logo algo que o país, de uma forma geral, tenha logo como perceção”, afirmou. Disse que “essa integração no espaço transfronteiriço” é algo que a CIM-BSE tem de “reforçar como ponto de partida, também, para aquilo que é hoje a lógica sempre mais internacional e transnacional que tudo isto hoje mobiliza, os agentes económicos, aquilo que é a atração de investimento”.
“Mas também o diálogo institucional tem que, obviamente, ser bastante reforçado com entidades como as universidades, como as associações empresariais, com uma forte base para essa cooperação transfronteiriça e transnacional que não nos obriga só a nós, mas obriga um conjunto de identidades, mas que nós podemos, de facto, ajudar a reforçar e a criar esses elos até pela escala que hoje representam”, concluiu.
Em relação aos desafios para os dois anos de mandato, Paulo Fernandes apontou questões relacionadas com os fundos do novo quadro comunitário, mas disse também que “gostaria muito que se criasse uma relação inter-CIM”, para que as CIM “tivessem a capacidade de dialogar e também definirem entre elas e criarem os seus ‘lobbies’ necessários de interesse” para fazer uma “valorização positiva” dos territórios.
Sobre o futuro do território CIM-BSE disse que os autarcas estão “perante um desafio muito importante de uma região que tem graves problemas de coesão, problemas que têm a ver com a desertificação e com a falta de competitividade”.
O presidente cessante, Vítor Pereira, referiu que dos vários desafios que se colocam, para além da execução de projetos com apoios comunitários, estão questões relacionadas com a “revisão da alteração das portagens”, a valorização das marcas turísticas do território e a reflexão sobre a possibilidade da fusão da CIM-BSE com a CIM da Beira Baixa.
A CIM-BSE é constituída por 12 municípios do distrito da Guarda (Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Guarda, Gouveia, Manteigas, Meda, Pinhel, Seia, Sabugal e Trancoso) e por três do distrito de Castelo Branco (Belmonte, Covilhã e Fundão).
Novo presidente das Beiras e Serra da Estrela defende diálogo transfronteiriço
Em relação aos desafios para os dois anos de mandato, Paulo Fernandes apontou questões relacionadas com os fundos do novo quadro comunitário.