Novo presidente da Assembleia das Beiras e Serra da Estrela defende regionalização

José Amaral Veiga considerou que a sua introdução “poderá não resultar em termos de repovoamento” das regiões do interior do país, mas disse acreditar que “prejudicar, não prejudica”.

O novo presidente da Assembleia da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela disse hoje esperar que a regionalização seja uma realidade, por considerar que “é preciso fazer alguma coisa” pelo interior do país.

“Eu acho que [a introdução da regionalização] devia ser neste mandato, quer do Presidente da República, quer do PS [no Governo]”, disse hoje José Amaral Veiga (PS) aos jornalistas, no final da sessão onde foi eleito, realizada na Sala António de Almeida Santos, no edifício dos Paços do Concelho da Guarda.

Na opinião do novo presidente da Assembleia da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIM-BSE), que também lidera a Assembleia Municipal de Trancoso, a regionalização deve avançar, porque o país já “perdeu muito tempo”.

“Já perdemos muito tempo. Estamos numa situação cada vez mais desequilibrada [entre] interior e litoral e, por isso mesmo, é necessário fazer alguma coisa”, afirmou aos jornalistas.

José Amaral Veiga considerou que a sua introdução “poderá não resultar em termos de repovoamento” das regiões do interior do país, mas disse acreditar que “prejudicar, não prejudica”.

Na opinião do responsável, provavelmente a solução que reuniria maior consenso “seria a da criação de regiões com base nas atuais CCDR [Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional]”.

O autarca, que é “adepto da regionalização”, considerou que o atual modelo das Comunidades Intermunicipais “não é muito interessante”, porque “não há possibilidade de debate de grandes questões” nas sessões das respetivas assembleias, uma vez que apenas se realizam duas sessões por ano.

José Amaral Veiga também se pronunciou sobre o facto de o presidente da Câmara Municipal da Covilhã, Vítor Pereira (PS), ter defendido, em outubro de 2021, que iria “pugnar” para que a Cova da Beira seja desagregada da CIM-BSE e passe para a Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa (CIM-BB).

Em declarações à agência Lusa, Vítor Pereira frisou que nunca concordou com o desenho escolhido para as comunidades intermunicipais e reiterou que este é o momento para promover a alteração, tendo-se mostrado confiante de que o processo será acompanhado pelos municípios do Fundão e Belmonte, os quais compõem a Cova da Beira juntamente com a Covilhã.

“Eu entendo que não devemos pulverizar as regiões. As regiões têm que ter algum peso quer em termos territoriais, quer em termos populacionais. Se nós desmembrarmos ainda esta CIM [Comunidade Intermunicipal], enfim, o nosso peso político será muito pequeno”, considerou.

Questionado pelos jornalistas sobre a possibilidade de ocorrer a junção da CIM-BSE com a CIM-BB, respondeu “porque não?”.

“É uma Beira Interior que ficaria com um desenho mais alargado, seria sempre também com pouca população, mas já teria uma maior dimensão e, provavelmente, teria mais a dizer aos Governos e [poderia exercer] maior pressão sobre os Governos que fossem sendo eleitos”, argumentou.

A CIM-BSE é constituída por 15 municípios, sendo 12 do distrito da Guarda (Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Guarda, Gouveia, Manteigas, Meda, Pinhel, Seia, Sabugal e Trancoso) e três do distrito de Castelo Branco (Belmonte, Covilhã e Fundão).

A CIM-BB integra os municípios de Castelo Branco, de Idanha-a-Nova, de Oleiros, de Penamacor, de Proença-a-Nova e de Vila Velha de Ródão.


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