O Museu do Côa acolhe, de 04 a 06 de dezembro, o “Côa Symposium” que juntará especialistas mundiais em arte rupestre, num debate que servirá para assinalar o 20.º aniversário do Vale do Côa, como Património da Humanidade.
O “Côa Symposium” trata-se de uma iniciativa internacional que tem por objetivo abordar novos olhares sobre a Arte Paleolítica do Vale do Côa, no distrito da Guarda.
“Este é o grande evento científico, que a Fundação Côa Parque está a organizar para a assinalar o 20.º aniversário da classificação da Arte do Côa, como Património da Humanidade”, explicou à Lusa o presidente da Fundação Côa Parque, Bruno Navarro.
Para o responsável, esta iniciativa impõe-se, porque há novos olhares sobre a arte pré-histórica, sendo tempo de fazer um balanço destes 20 anos, e pretende-se que sejam os outros a olhar para o Côa.
“Vamos ter a presença de alguns dos maiores especialistas mundiais da arte pré-histórica, que vão partilhar os seus conhecimentos e dar contributo para melhor se perceber a evolução da Arte do Côa”, frisou.
Além da investigação que é feita nestes locais, outro dos objetivos, de acordo com os promotores do “Côa Symposium”, passa por partilhar modelos de gestão deste tipo de património.
“Queremos aproveitar a presença de algumas destas personalidades, para que partilhem as boas práticas e modelos de gestão, que são aplicadas neste tipo de património classificado pela UNESCO”, observou Bruno Navarro.
O simpósio conta com nomes da arqueologia mundial, como Paul Bahn, do Reino Unido, que vai falar da arte rupestre ao ar livre, desde a Sibéria ao Egito, passando pelo Vale do Côa, e Dominique Sacchi, da Universidade de Toulouse, em França, que abordará a Arte do Côa como geradora de emoções. O espanhol Rodrigo de Baldín falará da arte ao ar livre, no interior peninsular.
A estes nomes juntam-se ainda personalidades como os arqueólogos João Zilhão ou Maria de Jesus Sanches, entre outros que colocaram o Côa no centro das suas investigações.
Deste simpósio vai sair uma coletânea de estudos, para o balanço dos 20 anos passados sobre o reconhecimento do Vale do Côa, como Património Mundial da Humanidade, da UNESCO.
“O importante será fazer uma compilação de estudos feitos na Europa, com conhecimento científico, sobre a arte rupestre”, enfatizou o coordenador do simpósio.
Outro dos pontos altos da iniciativa será a apresentação, em “estreia absoluta em Portugal”, do novo filme de J.L. Bouvret, ” La Baitaille du Côa: une leçon portugaise”, numa sessão marcada para o dia 04 de dezembro, que conta com a presença do realizador.
No último dia do simpósio, o destaque vai para a assinatura de diversos protocolos entre a Fundação Côa Parque, a Agência Ciência Viva, a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, a Universidade do Porto e o Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos.