Foi com o hastear da bandeira, junto aos Paços do Concelho, que tiveram ontem início as comemorações do feriado municipal de Mêda.
Pelas 14h30, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Mêda, principiou-se a sessão solene evocativa do feriado.
Rui Clemente (Arqueólogo) apresentou uma dissertação alusiva à história da toponímia (Mêda) e a relação/importância que se estabeleceu entre os cereais e os povos que habitaram este território, desde os primórdios até aos dias de hoje.
Seguiu-se o discurso do Presidente da Assembleia Municipal, João Jorge Lourenço expondo o seu ponto de vista sobre a data deste feriado, questionando as alterações que a história impôs ao mesmo.
O Presidente da Câmara Municipal de Mêda, Anselmo Sousa, além de fazer uma resenha histórica deste dia, manifestou que o concelho apenas tem a ganhar se todos os medenses caminharem juntos, à semelhança do que foi a génese deste território.
O Secretário de Estado das Energias, Jorge Seguro Sanches, finalizou a sessão solene mostrando total disponibilidade em cooperar com este município, no âmbito do Ministério da Economia, para que este território possa encontrar soluções para os problemas existentes. Note-se, como o próprio salientou, também ele é filho do “Interior” e como tal conhece as dificuldades que os medenses enfrentam.
Pelas 16 horas, foi inaugurada a obra escultória alusiva ao topónimo “Mêda”, da autoria do escultor Lopes Cardoso, bem como se procedeu ao descerramento da placa que acompanha a escultura, que inclui o seguinte texto da autoria de Rui Tina Neto.
“ A Mêda foi durante séculos considerada o celeiro da região. Entre muitas outras explicações, o nome de Mêda estará associado à tradicional meda de pão.
Numa tentativa engenhosa de acomodar e guardar as palhas que eram retiradas aos cereais da malhada nas famosas eiras locais, o homem medense conquistou a arte de construir as medas de pão, colocando e acomodando a palha, sempre de forma circular e encimadas em cone a fim de evitar que as chuvas e as neves do inverno as fizessem apodrecer. Finalmente eram rematadas no topo com espigas de pão ou com uma cruz em sinal da protecção divina.Esta obra de arte e de engenharia rural, construída à força do braço medense, haveria de esperar vários meses para que finalmente o agricultor a arrancasse em braçadas para as cortes do gado.
A meda de pão ou simplesmente a meda, é um brinde à astúcia dos medenses em saber de forma hábil guardar as suas colheitas.
Com este belo monumento, pretende-se homenagear a “Mêda” e todos os medenses.”
Seguiu-se o tradicional magusto (Mercado Municipal) aberto a toda a população que culminou com a atuação do artista Tiago Maroto e sua banda, na Nave das Exposições da cidade de Mêda.