O presidente do município de Pinhel, no distrito da Guarda, escreveu à ministra da Saúde a expressar a sua preocupação pela falta de médicos de medicina geral e familiar no Centro de Saúde local.
A autarquia presidida por Rui Ventura refere, em comunicado enviado à agência Lusa, que na sequência da publicação em Diário da República do “procedimento concursal conducente ao recrutamento de pessoal médico para a categoria de assistente, da área de Medicina Geral e Familiar”, o autarca remeteu à ministra da Saúde, Marta Temido, “uma comunicação onde expressa a sua preocupação relativamente à questão da falta de médicos da área da medicina geral e familiar no Centro de Saúde de Pinhel”.
“Tendo Sua Excelência, a senhora ministra da Saúde, anunciado recentemente 459 vagas para ‘médicos de família’, pergunto porque é que não foi aberta nenhuma vaga para o Centro de Saúde de Pinhel, quando a informação de que dispomos é que a Unidade Local de Saúde da Guarda terá alertado para esta necessidade?”, questiona o autarca no ofício.
Rui Ventura acrescenta que para a Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda foram abertas apenas três vagas, “todas elas destinadas à Unidade de Saúde Familiar Ribeirinha, localizada na cidade da Guarda”.
“O Centro de Saúde de Pinhel enfrenta há já algum tempo o problema da falta de médicos de Medicina Geral e Familiar, a quem é atribuído o importantíssimo papel de ‘médico de família’, situação que só tem sido minorada pelo facto de médicos em condições de se aposentarem, terem optado por adiar essa situação” acrescenta, referindo que, neste momento, aquela unidade “tem dois médicos em falta, o que corresponde a 2.373 utentes sem médico de família”.
Rui Ventura alerta na missiva que em 2022 “prevê-se que saiam mais três médicos [do Centro de Saúde] tendo em conta que completam 70 anos de idade” e “haverá mais 3.252 utentes sem médico de família (1.387 em janeiro, 1.309 em fevereiro e mais 556 em junho)”.
“Feitas as contas, 5.625 utentes irão ficar sem médico de família em 2022, caso nada seja feito até lá, ou seja, cerca de 60% da população”, aponta.
O autarca de Pinhel também enviou uma comunicação para a ULS da Guarda, pedindo “que diligencie e reitere junto da tutela, como é sua competência, as necessidades das populações locais abrangidas”.
O presidente do Conselho de Administração (CA) da ULS da Guarda disse hoje que a instituição vai contratar 15 médicos, “nas próximas semanas”, para colmatar carências verificadas em diversas áreas.
O anúncio foi feito por João Barranca após ser conhecido o mapa de colocação de recém-especialistas que atribui sete vagas para recrutamentos de médicos para áreas hospitalares e três para Cuidados de Saúde Primários.
O responsável referiu que a instituição irá proceder à contratação dos novos médicos “nas próximas semanas” através do regime jurídico que permite essa possibilidade.
Dos novos 15 médicos especificou que “dois são para anestesiologia, seis para medicina geral e familiar, um para pediatria, um para pneumologia, um para radiologia, um para reumatologia e dois para medicina interna”.