Mau tempo atrasa produção de cereja no Fundão

A chuva e o frio que têm caracterizado os primeiros quatro meses do ano estão a retardar a cereja no Fundão e a causar «uma quebra muito significativa» da produção.

«Está a ser um ano muito problemático e creio que, infelizmente, não tenhamos um produtor sem perdas muito significativas. Há variedades em que a perda é total e há produtores com quebras gerais na ordem dos 80 por cento», adianta José Pinto Castello Branco, produtor e presidente da Cerfundão, empresa de embalamento e comercialização de cereja da Cova da Beira. No concelho com uma das maiores áreas de produção de cereja do país a colheita costuma iniciar-se no final de abril, mas este ano ainda nenhum produtor avançou e «as melhores perspetivas» para o início da campanha apontam para o final desta semana, ou até mais tarde.

Segundo José Pinto Castello Branco, o atraso e as perdas estão a ser essencialmente provocados pelo frio e pela chuva intensa que se verificaram nos últimos dias e também na altura da floração, «o que impediu um normal desenrolar do processo de polinização e o consequente desenvolvimento do fruto», refere o responsável. Relativamente a prejuízos, o produtor e presidente da Cerfundão lembra que os seguros não cobrem este tipo de situações, pelo que «serão certamente muito elevados, não só para os produtores como também para toda a economia local». No Fundão a produção de cereja já representará cerca de 20 milhões de euros anuais, segundo dados anteriormente apontados pelo presidente da autarquia, Paulo Fernandes.


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