As novas estruturas resultam do projeto “Juntos por Pessoas Especiais”, dinamizado pelo núcleo do Fundão da associação Pais em Rede em parceria com outras entidades locais e no âmbito do qual têm sido desenvolvidas ações de inclusão em comunidade.
O trabalho desenvolvido já levou à concretização da “Sala Sentires”, um espaço de estimulação e terapia sensorial que fica na incubadora “A Praça” e que implicou um investimento de 15 mil euros, totalmente financiado pela segunda edição do programa “Mais para Todos” promovido pelo Lidl e SIC Esperança.
“É um espaço que está relacionado com a questão das terapias sensoriais e que se destina não só a pessoas com deficiência, mas também a outros que possam necessitar, tais como os mais idosos ou pessoas com demência”, explicou Fernando Oliveira, coordenador do núcleo do Fundão da Pais em Rede.
Esta sala está equipada com tecnologia que permite a estimulação sensorial e a realização de vibroterapia e cromoterapia, e deverá contribuir acima de tudo para melhorar a qualidade de vida dos que precisam.
Nesta primeira fase, a utilização do espaço será feita através da solicitação, mas a associação já está a procurar soluções que permitam implementar um modelo para o funcionamento a tempo inteiro.
Pronto a fazer a diferença está também o parque lúdico “Todos A Brincar”, que implicou um investimento de cerca de 50 mil euros cofinanciado pelo programa “EDP Solidária” e pela Câmara do Fundão e que permitiu a instalação de um carrossel inclusivo e de um baloiço adaptado no Parque Verde da cidade.
Ambos com condições para pessoas com mobilidade reduzida, estes aparelhos ficam na zona de recreio destinada às crianças, constituindo assim um dos primeiros parques infantis com equipamentos inclusivos existentes no país, conforme sublinhou a secretária de Estado, Ana Sofia Antunes.
A governante vincou ainda a importância deste espaço no que concerne à inclusão das pessoas especiais, lembrando que quando o convívio social e o contacto com a diferença é feito desde cedo os processos de aceitação também são mais simples.
Lembrando que todos sem exceção fazem parte e têm o direito de ter espaço na comunidade, Ana Sofia Antunes defendeu que o trabalho pela inclusão deve começar pela integração das pessoas com deficiência nas escolas.
“O sítio destas crianças é de facto nas escolas regulares junto dos demais meninos e o mais possível nas turmas com as restantes crianças. Não queiramos criar – e contra isso me tenho batido – a escola segregada dentro da escola inclusiva”, afirmou, deixando uma mensagem de confiança relativamente ao futuro.
Um processo de inclusão social que também está inscrito na agenda do executivo municipal, como vincou o presidente da Câmara Municipal do Fundão, Paulo Fernandes.
O autarca destacou como muito positivo o facto de estes projetos terem sido concretizados a partir de uma associação da sociedade civil e garantiu que a autarquia manterá a aposta na inclusão, nomeadamente com uma estratégia de sensibilização da comunidade e na continuidade dos planos para a redução de barreiras arquitetónicas e para a melhoria das acessibilidades dos equipamentos públicos.
“Ainda temos um trabalho ciclópico para retirar e diminuir todos os obstáculos urbanos, mas é um trabalho que temos como sistémico e continuará a ser desenvolvido, até mesmo para lá das obrigações legais”, prometeu.
Durante esta cerimónia foi ainda apresentado o livro “Uma Mão Cheia de Histórias Especiais”, que inclui histórias escritas por Fernanda Bastos e com ilustrações feitas por crianças do Agrupamento de Escolas Gardunha e Xisto e do Agrupamento de Escolas do Fundão.