Eurodeputado Álvaro Amaro defende “medidas diferenciadoras” para regiões rurais

O encontro visou a troca de impressões relativa à “Visão a longo prazo para as zonas rurais da UE – Rumo a zonas rurais mais fortes, conectadas, resilientes e prósperas até 2040”.

O eurodeputado social-democrata Álvaro Amaro considerou hoje, dia 4 de janeiro, que “é chegada a hora” de, com o contributo da União Europeia (UE), o país aplicar “medidas diferenciadoras” para as regiões rurais.


Álvaro Amaro reuniu hoje, na Guarda, com autarcas da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIM-BSE), a quem explicou que “é chegada a hora” de se olhar para o Programa da Valorização do Interior, definido pelo Governo, e, com o contributo da UE, aplicar “medidas diferenciadoras para as regiões rurais” do país.


Segundo o eurodeputado e antigo presidente da Câmara da Guarda, o encontro visou a troca de impressões relativa à “Visão a longo prazo para as zonas rurais da UE – Rumo a zonas rurais mais fortes, conectadas, resilientes e prósperas até 2040”, bem como a apresentação do relatório do Parlamento Europeu sobre esta matéria, aprovado na última sessão plenária de 2022, em Estrasburgo, e cuja posição da Comissão do Desenvolvimento Regional ficou a seu cargo.


“Esta foi a mensagem fundamental que vim trazer, explicando o que consta dessa visão estratégica e o que ela pode servir de suporte, quer para as decisões que todos os dirigentes políticos tomam respeitantes às áreas rurais, quer também para aquelas que são as justas reivindicações para o que se pretende nas áreas rurais”, disse, no final do encontro.


Álvaro Amaro deu o exemplo de como “é que se pode falar na Europa, em geral, e em Portugal, em particular, na chamada transição digital, que é uma transição que todos apoiam, quando na Europa, um em cada seis cidadãos das zonas rurais é que têm acesso à banda larga, enquanto, nas zonas urbanas, são dois em cada três”.


“Qual é o contributo de Portugal para esta estatística? Eu já perguntei ao Governo, já quis saber. Não sei. Oxalá que Portugal esteja muito bem”, afirmou.


O responsável disse aos jornalistas que os autarcas da CIM-BSE, de uma maneira generalizada, elogiaram a sua atitude e disseram para “mais deputados europeus” visitarem o território.


Acrescentou que no encontro foi abordado o tema da falta de gente nas regiões do interior e lembrou algo que já tinha dito quando foi presidente da Câmara da Guarda: “Uma das soluções possíveis para resolver este problema da desertificação é apostarmos na fixação de outras comunidades e olharmos, naturalmente, para estes movimentos migratórios”.


“Na altura, eu propus na CIM-BSE que junto do Governo se desenhasse um programa, por exemplo de recuperação de habitações, de ligação ao ensino, à Língua. (…) Hoje, foi aqui falada uma hipótese de haver experiências-piloto. (…) O que eu quero é que nas Beiras e Serra da Estrela, nestes territórios tão bonitos do interior, nós estejamos cada vez mais pró-ativos, mais ativos, não apenas cá, junto do Terreiro do Paço, mas também em Bruxelas”, declarou.


No final da reunião, o vice-presidente da CIM-BSE Flávio Massano disse aos jornalistas que “é sempre importante” receber um eurodeputado que é da região.


Também referiu que é preciso “olhar para o Interior e para os territórios rurais de uma forma diferente e com coragem política e com determinação” para inverter o cenário de um território que “está a ficar para trás” demograficamente, em termos de serviços e de ligação à Internet.


Flávio Massano lembrou, ainda, que a “grande estratégia” da CIM-BSE para o novo quadro comunitário é “a alta conectividade em baixa densidade” e que não haja no território “uma única casa ou uma única pessoa, onde quer que esteja, que não tenha acesso a rede telefónica, a rede móvel e a banda larga”.


A CIM-BSE é constituída por 15 municípios, sendo 12 do distrito da Guarda (Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Guarda, Gouveia, Manteigas, Meda, Pinhel, Seia, Sabugal e Trancoso) e três do distrito de Castelo Branco (Belmonte, Covilhã e Fundão).


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