Empresário em Manteigas quer fundos europeus na aquisição de equipamento usado

O empresário aproveitou a presença da governante para também pedir ao Governo “respostas mais céleres” aos empresários, porque “o tempo é muito importante e as respostas demoram a chegar”.

O empresário João Tomás, que recebeu hoje um prémio de empreendedorismo, pediu ajuda ao Governo para fazer “o possível” no sentido de os fundos europeus contemplarem equipamento usado, já que isso pode “salvar” empresas.

“Senhora ministra, era muito importante que fossem criadas condições para que os fundos europeus possam apoiar a compra de equipamento em segunda mão, sobretudo, por causa das insolvências”, pediu João Tomás.

O empresário, com investimentos em Manteigas, apelava à ajuda da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, no decorrer da cerimónia de entrega do prémio “Empreendedor 50+ da Região Centro” de 2022 no valor de quatro mil euros.

Este prémio, criado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Centro, que vai na terceira edição, foi entregue a João Tomás pelo investimento em projetos que “valorizam o interior da região Centro e que empregam atualmente 142 pessoas”.

O prémio monetário foi entregue de imediato, pelas mãos de João Tomás, aos responsáveis pela Casa de Santa Isabel, de Seia, um projeto de “comunidade terapêutica para inclusão de jovens e adultos com necessidades especiais”.

No entender do empresário, “uma insolvência não implica a morte de uma empresa”, já que defendeu que “as insolvências ressuscitam as empresas e investir numa empresa insolvente é, muitas vezes, uma forma de a salvar”.

“Matar soluções produtivas parece-me muito complicado e em tempos de reciclagem e economia circular, como os que vivemos, os apoios comunitários têm de se alterar e devem abranger esta possibilidade”, reforçou.

O empresário aproveitou a presença da governante para também pedir ao Governo “respostas mais céleres” aos empresários, porque “o tempo é muito importante e as respostas demoram a chegar”.

“Acho que também seria muito importante compatibilizar os apoios comunitários com os financiamentos bancários, porque são comuns e os empresários utilizam os dois” nos seus investimentos, acrescentou.

Isto, porque, continuou, estas duas entidades “têm prazos de vencimento e de carência completamente diferentes o que, naturalmente, complica a gestão financeira do projeto” do empresário.

João Tomás, natural de Lisboa, que “quis mudar de vida aos 50 anos”, instalou-se no concelho de Manteigas, distrito da Guarda, onde tem feito investimentos, foi elogiado pela ministra que disse “acompanhar e gostar” do seu trabalho.

“Este projeto de vida, que envolve a família, tem devolvido vida ao interior. São investimentos com responsabilidade social, cultural e ambiental. São empresários, pegam muitas das vezes em peças que estão velhas, quase obsoletas e dão-lhe nova vida”, destacou a ministra.

Ana Abrunhosa sublinhou que foi isso que João Tomás e a família “fizeram a todos os projetos” em que se envolveram, o que, no seu entender, faz deles “empreendedores muito especiais, que devolvem vida ao que tinha perdido vida e importância”.

Tudo isto, prosseguiu, “num território frágil, do interior, como o de Manteigas” e, neste sentido, disse ao empresário que ouviu “com muita atenção todos os pedidos” por si feitos e prometeu que iria “ser parceira no Governo” do empresário.

“Sinto-me sempre um grilo no Conselho de Ministro e quando levanto a mão, diz o senhor primeiro-ministro: ‘diga lá senhora ministra da Coesão, porque ele já sabe que vou falar do interior e sinto que tenho legitimidade, porque o interior entra em qualquer assunto, seja proteção civil, educação ou saúde, portanto, tenham a certeza de que eu faço”, assegurou.


Conteúdo Recomendado