Candidatura do Geopark Estrela entregue em novembro na UNESCO

A decisão formal da UNESCO sobre a classificação do Geopark Estrela deverá ser conhecida “entre setembro de 2018 ou a primavera de 2019”.

A Associação Geopark Estrela anunciou hoje que no início de novembro vai entregar a candidatura da Serra da Estrela a Geopark Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

“Tal como esteve definido desde início, a candidatura da Estrela a Geopark mundial da UNESCO seria entregue em 2017, no período temporal que está definido pela UNESCO, que é de outubro a novembro”, disse hoje à agência Lusa Emanuel de Castro, coordenador executivo da associação.

A equipa responsável está “neste momento a ultimar os últimos pormenores e logo no início de novembro será enviada a candidatura para a Comissão Nacional da UNESCO e depois a Comissão Nacional da UNESCO enviará para a sede da UNESCO em Paris [França]”.
A decisão formal da UNESCO sobre a classificação do Geopark Estrela deverá ser conhecida “entre setembro de 2018 ou a primavera de 2019”.

“Face às novas exigências, às novas características dos programas da UNESCO, o mais provável é que a candidatura seja validada, ou que tenhamos a classificação, como acreditamos, na primavera de 2019”, vaticina.

A criação do Geopark Estrela resulta de uma parceria do Instituto Politécnico da Guarda (IPG) com a Universidade da Beira Interior e com os municípios de Gouveia, Manteigas, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Guarda, Seia, Oliveira do Hospital, Covilhã e Belmonte (distritos de Guarda, Castelo Branco e Coimbra).

Os trabalhos da candidatura começaram em 2014. Em 2015, foi assinado o memorando de entendimento com os municípios e, no ano seguinte, foi criada a Associação Geopark Estrela, que tem sede na Guarda.

O território que é candidato a Geopark Estrela tem 2.216 quilómetros quadrados de área e 170 mil habitantes.

Emanuel de Castro disse à Lusa que a candidatura a Geopark é o “grande projeto estratégico” para a Serra da Estrela no século XXI, por ser “transversal e trabalhado com nove municípios”, e por constituir “uma estratégia de desenvolvimento sustentável com base nos recursos e no potencial” do território.

“Aquilo a que nós nos estamos a propor, ou que estamos a propor à UNESCO, é uma estratégia de desenvolvimento sustentável com base nos recursos e no potencial deste território. Passamos a pensar a nove [municípios], passamos a colocar em cima da mesa estratégias transversais a nove e, portanto, conseguimos ganhar escala mais consistente”, justificou.

Disse ainda que é um projeto importante, “porque finalmente a Serra da Estrela passa a ter uma marca internacional e uma classificação internacional, validada cientificamente pelo reconhecimento da UNESCO, semelhante às classificações do património da humanidade ou das reservas da biosfera. Passamos a ter uma classificação de Geopark, que é uma classificação territorial”.

Segundo o coordenador executivo da Associação Geopark Estrela, será classificado “todo o território” que integra a delimitação, “desde o café da aldeia até ao Vale do Zêzere”.

“Não é uma classificação para preservar, é uma classificação que implica a preservação para que se possa valorizar e aproveitar esse património para gerar riqueza e gerar valor acrescentado sobretudo para quem reside neste território”, rematou.

Com a classificação da UNESCO, a Serra da Estrela passará a integrar uma rede da qual fazem parte 127 geoparques mundiais de 34 países.


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