Câmara de Manteigas manifesta “preocupação grande” pelo corte da EN338

Flávio Massano indicou que o fecho da via não motivou falta de afluência de visitantes ao seu concelho no Natal e na Passagem de Ano.

O presidente da Câmara de Manteigas manifestou hoje, dia 4 de janeiro, uma “preocupação grande” por a Estrada Nacional EN338, na serra da Estrela, continuar encerrada devido à queda de pedras e admitiu que o problema afeta o concelho e a região.


Em declarações à agência Lusa, Flávio Massano demonstrou uma “preocupação grande” por a estrada entre Manteigas e Piornos estar fechada à circulação rodoviária, por ser “uma via de acesso ao maciço central” da serra da Estrela e por ligar a vila de Manteigas aos concelhos de Covilhã e de Seia.


“Tendo esta estrada fechada, nós [Manteigas] perdemos o comboio do circuito de quem anda entre Covilhã, Seia e Manteigas. Portanto, ficamos de fora desse circuito, porque as pessoas não podem circular”, disse.


Segundo o autarca, a EN338 está encerrada há cerca de um mês, por decisão da Infraestruturas de Portugal (IP), devido a pedras que caíram pela encosta por causa do incêndio que atingiu a serra da Estrela no verão.


Flávio Massano considerou, no entanto, que a situação “não é um problema só para Manteigas, porque esta estrada é uma das mais bonitas do país e uma das principais no acesso à Torre e à serra da Estrela”.


“Eu acredito que nenhum turista quer vir à serra da Estrela e não poder ver o Covão da Ametade ou não poder beber água na fonte Paulo Luís Martins ou não poder passear e ver o Vale Glaciário do Zêzere. Quer dizer, estamos a falar de pontos icónicos da serra da Estrela que neste momento estão vedados porque não se pode circular”, justificou.


E prosseguiu: “É um problema para Manteigas porque, em primeiro lugar, somos os mais afetados pelo que está a acontecer, os nossos agentes económicos, que ficam privados de um fluxo turístico considerável, mas também toda a serra da Estrela, porque afeta a visitação como um todo”.


Flávio Massano indicou que o fecho da via não motivou falta de afluência de visitantes ao seu concelho no Natal e na Passagem de Ano, mas vaticinou que a continuação da estrada fechada “terá impacto nas semanas menos fortes do ano”.


Para ultrapassar a situação, na terça-feira, decorreu uma reunião na Câmara Municipal de Manteigas, com representantes da IP, do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), da Proteção Civil, do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e da GNR e foram definidos quinze dias para a construção de uma metodologia de trabalho e para o lançamento de um estudo preliminar que vai ser feito pelo LNEC.


“Feito este estudo, vão ser constituídas equipas de trabalho que vão intervir no terreno com a máxima urgência possível. Sem termos o estudo concluído, não conseguimos dar prazos” para a reabertura da via, vincou.


Na sua opinião, se pelo Carnaval a EN338 estivesse reaberta à circulação rodoviária, seria uma “muito boa notícia”.


Questionado sobre a construção de túneis para atravessamento da serra da Estrela, como foi defendido pelos anteriores autarcas do município de Manteigas, o atual presidente reconheceu que “poderiam resolver muitos dos problemas” atuais.


“Tenho uma opinião pessoal de que os túneis poderiam resolver muitos dos problemas que estamos a viver e podiam aproximar também a serra da Estrela de outras geografias, de outras latitudes, e, portanto, poderíamos ter uma serra da Estrela mais transitável, que comunicasse melhor e que pudesse receber ainda mais pessoas por isso”, declarou.


E rematou: “Do ponto de vista teórico parece-me uma boa solução. Do ponto de vista técnico e prático, não sei efetivamente se seria possível ou não, tendo em conta que estamos numa área protegida chamada serra da Estrela”.


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