Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo satisfeita com abandono de extração de urânio

Apesar de a situação estar “resolvida” e “completamente posta de parte”, o autarca de Figueira de Castelo Rodrigo, no distrito da Guarda, promete ficar “atento e vigilante”.

O presidente da Câmara Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo reagiu hoje com satisfação ao anúncio da decisão do abandono do projeto de uma mina de urânio em Salamanca, Espanha.

O Governo espanhol confirmou na segunda-feira o abandono do projeto da mina de urânio em Alameda de Gardón, na região de Salamanca, a cerca de dez quilómetros da fronteira com Portugal, explicando que a empresa promotora não tinha apresentado a documentação necessária para poder avançar com o projeto.

O autarca de Figueira de Castelo Rodrigo, Paulo Langrouva (PS), disse hoje à agência Lusa que recebeu a notícia com satisfação.

“Congratulamo-nos com o facto de o Governo [de Espanha] ter abandonado esta ideia, porque nós desde o primeiro minuto que também tínhamos manifestado o nosso desagrado e o nosso descontentamento com a possível abertura da mina”, declarou.

Paulo Langroiva referiu que, apesar de o seu concelho ficar a “alguma distância” do local para onde a mina estava projetada, acabaria por ser afetado indiretamente pelos rios Águeda e Douro que receberiam as águas da zona da exploração.

Apesar de a situação estar “resolvida” e “completamente posta de parte”, o autarca de Figueira de Castelo Rodrigo, no distrito da Guarda, promete ficar “atento e vigilante”, porque “nunca se sabe quando poderá haver novamente uma tentativa de [Espanha] voltar a reverter” a decisão agora conhecida.

A mina de Alameda de Gardón é um dos três empreendimentos mais avançados da empresa Barkeley, que tem um projeto de exploração de urânio a céu aberto que ocupa cerca de 450 hectares na região de Salamanca, Espanha.

A proximidade com a fronteira portuguesa tem preocupado associações ambientalistas, mas também deputados portugueses, tendo o parlamento aprovado várias recomendações a pedir a intervenção do Governo português junto do executivo espanhol para que o processo fosse travado.

Além do projeto de Alameda de Gardón, a empresa Barkeley tem também a mina de Retortillo, situada a cerca de 40 quilómetros da fronteira portuguesa.


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