O comandante dos Bombeiros Voluntários de Almeida, no distrito da Guarda, apelou hoje, dia 16 de janeiro, às mães da sua área de intervenção para que se desloquem atempadamente para o hospital para evitarem que os partos ocorram no caminho.
“O alerta que eu deixo é que não deixem para a última da hora. Assim que [as parturientes] prevejam que alguma coisa está para acontecer e já está mais próxima a hora do nascimento, que atempadamente se façam deslocar para o hospital porque, de facto, o hospital a que estão habituadas pode ter essa valência [maternidade] fechada e terem de se deslocar para outro, fazer mais quilómetros, e pode acontecer algum imprevisto a meio do caminho”, disse hoje Francisco Martins.
O comandante dos Bombeiros Voluntários de Almeida falava à agência Lusa após ter ocorrido o nascimento de uma criança, pelas 23h45 de domingo, a bordo de uma ambulância, na autoestrada A25 (Aveiro-Vilar Formoso), quando esta se dirigia para o Hospital Sousa Martins, na Guarda.
“Para evitar essas situações, acho que a melhor solução é mesmo esta: É as mães darem os alertas e, atempadamente, fazerem-se deslocar para a unidade hospitalar para aí poderem ter um parto mais em segurança”, declarou.
O responsável lembrou que devido ao encerramento temporário de algumas maternidades, como já aconteceu na Guarda, tal situação pode ser “uma agravante” para “alguma mãe que entre em trabalho de parto ainda longe do hospital e tenha de ser transportada para outro” e “pode acontecer alguma coisa de mais complicado”.
“É neste sentido que dou os alertas, porque ultimamente têm acontecido algumas situações deste tipo (…) e na sequência daquilo que aconteceu esta noite, em que há um parto dentro da ambulância do nosso corpo de bombeiros, a meio do caminho” da maternidade da Guarda.
Acrescentou que “felizmente” o hospital “estava com essa valência disponível” e “correu tudo bem”.
O comandante sublinhou que o apelo para que as mães “não deixem para a última da hora” também surge nesta altura do ano em que as condições climatéricas adversas podem influenciar a rapidez no socorro.
Francisco Martins disse à Lusa que a corporação de Bombeiros Voluntários de Almeida tem registado nos últimos anos várias situações de pedidos de ajuda de parturientes do concelho e do vizinho município de Figueira de Castelo Rodrigo, também no distrito da Guarda, que se deslocam para o hospital e entram em trabalho de parto no caminho.
As famílias “têm tido a felicidade” de pararem próximo do quartel e de terem todo o apoio necessário.
No entanto, assinalou que em “algumas vezes houve já o nascimento dentro da própria ambulância” porque “não houve tempo de chegar ao hospital”.
Logo, “se não houve tempo para chegar ao hospital, é porque as pessoas deixaram-se para muito tarde e quando começaram a movimentar-se já o deviam ter feito há mais tempo”.
O caso mais recente ocorreu no domingo à noite e envolveu uma mãe residente em Vermiosa, Figueira de Castelo Rodrigo, que começou a ter sintomas de que entraria em trabalho de parto, e o marido conduziu-a numa viatura particular para o hospital da Guarda.
No entanto, na passagem por Almeida e próximo do quartel, o casal optou por ali parar, porque o nascimento da criança “estava iminente”.
A mãe foi “imediatamente passada para uma ambulância” e transportada para o hospital da Guarda, tendo o nascimento ocorrido na autoestrada A25, pelas 23h45, com o apoio do médico da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER).
O comandante Francisco Martins lembrou que a sua corporação registou várias situações em que os bombeiros assistiram mães em trabalhos de parto e no transporte para a maternidade, tendo ocorrido sete casos nos últimos três anos.