Associação Vale d’Ouro espera que ministro das Infraestruturas prossiga projetos para a Linha do Douro

A Linha Ferroviária do Douro atualmente liga o Porto ao Pocinho (171,522 quilómetros) e há vários anos que é defendida a reabertura do troço entre o Pocinho e Barca d’Alva.

A Associação Vale d’Ouro olha com apreensão para a mudança de titular no Ministério das Infraestruturas e espera que o novo ministro, João Galamba, dê continuidade à eletrificação da Linha Ferroviária do Douro e reativação até Barca d’Alva.


O presidente da associação, Luís Almeida, disse hoje, dia 3 de janeiro, à agência Lusa que as derrocadas para a Linha do Douro, que se têm verificado nas últimas semanas e que levaram à suspensão da circulação dos comboios em vários períodos, provam também que é necessário que haja mais investimento nesta via.


Sediada no Pinhão, no concelho de Alijó, distrito de Vila Real, a associação tem estado na linha da frente da defesa da linha ferroviária do Douro e da sua reativação até Espanha.


“No que diz respeito à ferrovia, a reação é com apreensão, porque, apesar de tudo, dos atrasos e das coisas não estarem a correr como todos queríamos, de alguma forma estavam a andar. A expectativa é que o bom que estava a ser feito não fique para trás”, afirmou Luís Almeida.


Do novo ministro das Infraestruturas o responsável espera “capacidade” para resolver os problemas na parte da gestão da infraestrutura (ferroviária), no planeamento e na execução dos investimentos previstos.


“Porque corremos o sério risco de, mais cedo ou mais tarde, perdermos investimento comunitário em projetos que são muito relevantes, em particular aqui na região Norte. Continuamos sem perceber porque é que a empreitada de eletrificação entre o Marco – Régua ainda não foi lançada ao fim deste tempo todo”, apontou.


Em outubro, o vice-presidente da Infraestruturas de Portugal (IP), Carlos Fernandes, disse que a empreitada Marco de Canaveses – Régua seria lançada “nas próximas semanas”.


“O processo está praticamente pronto, estamos a falar de um investimento significativo, superior a 100 milhões de euros, tem a ver com a reabilitação da linha, tem a ver com a eletrificação, tem a ver com a construção de uma nova subestação, portanto. É um concurso que sairá seguramente nas próximas semanas, está tudo resolvido da nossa parte”, referiu o responsável na altura.


Luís Almeida lembrou que se está já em janeiro e “sem nada à vista”.


“E também os projetos de eletrificação até ao Pocinho e da própria reabertura até Barca d’ Alva continuam sem vir”, referiu.


O ex-ministro Pedro Nuno Santos esteve em outubro em Freixo de Espada à Cinta, no distrito de Bragança, onde anunciou a reativação dos 28 quilómetros entre o Pocinho e Barca d’Alva, na Linha do Douro, concretizando que, durante o primeiro trimestre deste ano, será lançado o concurso público para a elaboração do estudo prévio e o projeto.


Na altura, o então governante anunciou passos com vista à concretização do projeto que levará o comboio de novo até à fronteira e que é há muitos anos reivindicado pela população, autarcas e instituições.


A Linha Ferroviária do Douro atualmente liga o Porto ao Pocinho (171,522 quilómetros) e há vários anos que é defendida a reabertura do troço entre o Pocinho (Vila Nova de Foz Côa) e Barca d’Alva (Figueira de Castelo Rodrigo), desativado em 1988.


“O novo ministro tem, do lado da infraestrutura, uma série de ‘dossiers’ para pôr a andar e, ao nível do Plano Nacional Ferroviário, a expectativa é que a discussão se mantenha e se consiga atingir um documento final que sirva os interesses do país”, salientou Luís Almeida.


O primeiro-ministro escolheu na segunda-feira os atuais secretários de Estado João Galamba e Marina Gonçalves para as funções de ministro das Infraestruturas e de ministra da Habitação, respetivamente, para substituir Pedro Nuno Santos, que tinha as tutelas até quarta-feira, dia em que se demitiu.


Pedro Nuno Santos demitiu-se na sequência do caso da indemnização de 500 mil euros da TAP a Alexandra Reis, secretária de Estado do Tesouro, demitida dias antes, para deixar a transportadora aérea.


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