Sindicato critica despedimento de 34 funcionários em Figueira de Castelo Rodrigo

O Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) denunciou hoje que a Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo decidiu dissolver a empresa municipal e despedir 34 trabalhadores, no âmbito da lei sobre o setor empresarial local.

Segundo José Catalino, coordenador regional do STAL na Guarda, a empresa municipal Figueira Cultura e Tempos Livres tem um total de 59 trabalhadores, tendo a autarquia deliberado internalizar 25 e despedir os restantes 34. O sindicalista referiu que os colaboradores dispensados já estão a receber as cartas de despedimento, situação que levou o sindicato a reunir, na terça-feira, com o vice-presidente da autarquia, a quem foi solicitado que proceda à “revogação dos despedimentos e à internalização de todos os trabalhadores”. José Catalino disse à agência Lusa que o STAL tinha proposto à autarquia “a internalização de todos os trabalhadores em caso de dissolução da empresa municipal e essa não foi a decisão” tomada pelo executivo e aprovada pela Assembleia Municipal. O responsável considera que o processo de dissolução da empresa municipal foi “muito precipitado”, alegando que “há motivos para que os trabalhadores continuassem em funções de forma internalizada”. Para que tal acontecesse, sustenta, “bastava a Câmara Municipal fundamentar a internalização dos serviços” prestados pela Figueira Cultura e Tempos Livres. Na reunião com o vice-presidente da autarquia, António Morgado, o STAL apelou à revogação da decisão e está a aguardar por uma decisão que possa ser tomada na próxima reunião do executivo. “Na primeira reunião de câmara [onde o assunto foi discutido], o senhor vice-presidente votou contra os despedimentos e na segunda absteve-se”, contou José Catalino. Indicou que o autarca, na reunião com o STAL, apresentou uma proposta “que se comprometeu a levar à câmara municipal, que é a criação, a curto prazo, de uma cooperativa ou instituição que pudesse absorver todos estes postos de trabalho”. O sindicalista vaticina que os 34 despedimentos anunciados criarão “uma situação dramática” e terão reflexos “em termos sociais e na economia” do concelho de Figueira de Castelo Rodrigo. A Comissão Coordenadora Distrital da Guarda do Bloco de Esquerda (BE) emitiu hoje um comunicado, através do qual se mostra solidária com os 34 funcionários despedidos. “Com o despedimento destes trabalhadores está-se a contribuir para o aumento da crise social no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, enquanto o oposto deveria ser o caminho seguido pelo Governo e pela própria autarquia”, refere. O BE/Guarda anuncia que vai pedir ao seu grupo parlamentar na Assembleia da República que questione o Governo sobre o destino dos trabalhadores. A agência Lusa contactou a Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo, mas até às 12 horas de hoje não tinha sido possível obter uma reação a este assunto.


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