Em carta enviada ao clero e aos fiéis, D. Manuel Felício explica que “o costume de recrutar para o Seminário os meninos imediatamente após o 4º ano de escolaridade (antiga 4ª classe) já há muito tempo que está a dar provas de não ser a solução. Cada vez mais são adiadas as etapas da vida em que as pessoas hoje tomam as suas decisões de fundo”. O Bispo acrescenta que “os primeiros anos da infância e adolescência têm toda a vantagem em serem vividos no seio das famílias”, explicando que quando “as famílias não têm condições para acompanhar os filhos, não pode ser o Seminário a substitui-las nestas funções”. D. Manuel Felício explica a mudança “tendo em conta o espaço disponível no Seminário da Guarda, devido à deslocação dos alunos, desde há dezasseis anos para o Instituto Superior de Teologia sediado em Viseu e, neste ano para Braga. “Por imposição de regras da Faculdade de Teologia que nos foram comunicadas pelo Magno Chanceler da Universidade Católica, tivemos de deslocar o nosso Seminário Maior para Braga, em colaboração com as outras três dioceses que também se serviam do mesmo Instituto Superior de Teologia, em Viseu, para ficar junto de um dos centros da Faculdade de Teologia e aí fazermos a formação teológica dos nossos futuros padres”, explica o Bispo.
Perante esta nova realidade, D. Manuel Felício pede aos padres que tenham “atenção redobrada para procurarem identificar aqueles adolescentes e jovens a quem se pode e deve fazer o convite para ingressar no Seminário ou serem acompanhados no Pré-Seminário”. E adianta: “se houver alguém mais adulto que reúna condições para lhe fazermos o convite, devemos fazê-lo”. O Bispo chama também a atenção para a necessidade da Diocese “valorizar e fortalecer o Pré-Seminário ou Seminário em família”. “Quanto às novas finalidades das instalações do Seminário do Fundão, que, desde há muito tempo estão subaproveitadas, vamos continuar a desenvolver as negociações de que já se deu conhecimento público, sendo imprevisível ainda o desfecho das mesmas, dados os desenvolvimentos posteriores ao seu anúncio”, explica D. Manuel Felício. Na carta, com data de 25 de março, o Bispo da Diocese lembra que “o Seminário e a formação sacerdotal foram sempre a grande prioridade pastoral das dioceses e mesmo das comunidades cristãs em geral”, acrescentando que há paróquias na diocese que “chegaram a ter 30 seminaristas e mesmo mais no Seminário”.
D. Manuel Felício refere que esses “foram tempos em que bastava anunciar do altar para baixo e logo surgiam candidatos que enchiam os nossos seminários e ainda sobravam para outras dioceses”, mas lembra que “os tempos mudaram e estão a mudar já há muito tempo, sem que nós nos tenhamos apercebido devidamente”.