Além das Câmaras desta Comunidade Intermunicipal, que abrange territórios dos distritos de Coimbra, de Aveiro e de Viseu, também algumas associações empresariais da região (Cantanhede, Lousã, Figueira da Foz e Bairrada) marcaram presença, esta segunda-feira, em Mortágua, distrito de Viseu, numa das estações por onde passa a linha da Beira Alta, para defenderem a requalificação e modernização desta infraestrutura, que custaria cerca de “900 milhões de euros”, estando longe “dos 2,5 mil milhões de euros” para uma nova linha entre Aveiro e Vilar Formoso.
O presidente da Câmara da Figueira da Foz e da Região de Coimbra, João Ataíde, que falava aos jornalistas durante uma conferência de imprensa na estação de Mortágua, considerou que a valorização da linha é “fundamental” para o desenvolvimento da região e para sua competitividade.
“A linha da Beira Alta custa menos de um terço de uma nova linha entre Aveiro e Vilar Formoso”, sublinhou João Ataíde, apontando para “a falta de enquadramento orçamental” e para “a falta de alinhamento com os planos para o setor dos transportes” nessa nova infraestrutura.
Numa intervenção que se dividiu entre a defesa da requalificação da linha da Beira Alta e a crítica à proposta de nova linha em Aveiro, Ataíde realçou que “mais do que pensar em projetos para o futuro, é necessário defender a linha que existe”.
A modernização da linha “prevê a construção de variantes e de troços duplos que aumentam a sua capacidade e velocidade e contribuem para a capacidade exportadora da região”, sendo uma abordagem “mais económica e eficaz”, bem como “mais eficiente no escoamento de produtos para a Europa”.
O presidente da Câmara realçou ainda que esta intervenção, apesar de manter a bitola (distância entre carris) ibérica, poderá ser mudada para bitola europeia, que Espanha não utiliza.
Prosseguindo nos argumentos em defesa da requalificação da linha, o autarca frisou que esta infraestrutura tem capacidade “para a logística”, “não há saturação” e permite integrar Aveiro na linha da Beira Alta.
“Num país pobre”, optar por investimento de 2,5 mil milhões de euros em vez de um de cerca de 900 milhões “é um escândalo e um ato de gestão duvidoso”, afirmou o presidente da Câmara de Mortágua, Júlio Norte, durante a conferência de imprensa, em que também marcaram presença autarcas do “Fundão, Guarda, Castelo Branco, Gouveia e Nelas”.
“Não podemos passar a vida a empurrar esta situação com a barriga, como aconteceu com o IP3, entre Viseu e Coimbra”, concluiu Júlio Norte.
Na ação pública, realizada antes da reunião do Conselho Regional do Centro, estava prevista uma ida de comboio de Coimbra a Mortágua.
No entanto, as interrupções na linha do Norte, entre Pombal e Coimbra B, obrigariam a um atraso no ato simbólico, levando os autarcas a uma deslocação de autocarro entre as duas localidades.