O presidente da autarquia, António Baptista Ribeiro, disse hoje à agência Lusa que as iniciativas de recriação do cerco ocorrido em 1810, durante a terceira Invasão Francesa, envolverão “350 recriadores vindos do estrangeiro, que se juntam ao Regimento 23 [de Almeida], à Associação Napoleónica Portuguesa e à milícia, ultrapassando os 400”.
As atividades evocativas começaram na quinta-feira e prolongam-se até domingo com iniciativas de caráter científico, histórico e cultural, destacando-se as recriações históricas, um seminário internacional e um mercado oitocentista.
As recriações históricas do cerco que levou à capitulação daquela praça-forte a 28 de agosto de 1810 serão feitas pelos recriadores e figurantes nacionais e estrangeiros em vários momentos, no sábado e no domingo.
“O momento mais importante é a batalha noturna, no sábado”, disse o autarca, indicando que pelas 23 horas será lembrado o trágico episódio de Almeida em 1810: a explosão do castelo.
António Baptista Ribeiro contou que “a batalha noturna é empolgante, tem o seu fascínio, a multiplicidade da luz e o envolvimento da cavalaria e da artilharia”.
No domingo, o público terá oportunidade de assistir, às 11:00, a combates e escaramuças nas ruas da vila e ao “assalto” a Almeida, entre outros momentos.
As comemorações do cerco de Almeida começaram na quinta-feira com a realização do IX Seminário Internacional de Arquitetura Militar Fortificações e Fronteiras, com a participação de congressistas nacionais e estrangeiros.
O autarca de Almeida referiu à Lusa que as atividades que evocam as Invasões Francesas de 1810 estão integradas na estratégia municipal de candidatura daquela vila a património mundial.
Pelo facto de Portugal integrar o Comité do Património Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), para um mandato que decorre até 2017, até essa data só podem ser apresentadas candidaturas nacionais relacionadas com património imaterial, mas a Câmara Municipal de Almeida já está a trabalhar “afincadamente” no processo.
O autarca disse estar esperançado que após Portugal deixar de integrar o Comité da UNESCO a candidatura seja aprovada, por considerar que a estratégia e o trabalho desenvolvidos “sustentam a defesa dessa elevação de Almeida a património da UNESCO”.
As atividades que anualmente assinalam o cerco da antiga praça-forte de Almeida, construída nos séculos XVII e XVIII, atraem muitos visitantes nacionais e estrangeiros.
“O cerco de Almeida é uma marca consolidada. Vamos ter um fim de semana com muita gente para animar a economia local e a restauração da vila e também da região”, vaticina o responsável.