“Isto significa que uma pequena, mas muito relevante, parte dos problemas de conservação, estabilidade e restauro destes monumentos poderá ser resolvida no imediato, dado que as intervenções estão previstas acontecer entre 2023 (período para execução dos projetos) e 2026. Mas não significa, naturalmente, que todos os problemas e fragilidades do nosso património cultural serão dirimidas com este reforço”, sustentou Suzana Menezes.
Por isso, defendeu que o próximo Quadro Plurianual de Investimentos – o Centro 2030 – “deverá acautelar as várias frentes de intervenção que foram atempadamente sinalizadas pela DRCC nos diversos Planos Estratégicos” elaborados nos últimos anos.
O Ministério da Cultura revelou, na semana passada, que a reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para o Património Cultural prevê mais 40 milhões de euros de investimento e intervenções em 29 monumentos, sítios arqueológicos e museus.
Segundo o Ministério da Cultura, os 40 milhões de euros que resultam da reprogramação juntam-se aos 150 milhões inicialmente previstos para a reabilitação do património cultural e as novas 29 intervenções acrescem às 49 já programadas.
Em resposta por escrito à agência Lusa, a diretora da Direção Regional de Cultura do Centro (DRCC), Suzana Menezes, explicou que, em 2021, foi elaborado um plano estratégico regional para a reabilitação, conservação e valorização do património Cultural da região Centro, no qual foram identificadas “cerca de duas centenas de intervenções prioritárias para a próxima década”.
No entanto, as intempéries registadas entre o final de 2022 e o início de 2023 “trouxeram um conjunto muito significativo de problemas adicionais” ao património cultural, aos quais “urgia dar uma resposta mais célere”, o que levou a um reforço de verbas no contexto do PRR.
“A DRCC sinalizou, de imediato, vários monumentos que, felizmente, puderam ser considerados neste reforço, permitindo um investimento adicional superior a sete milhões de euros para a Região Centro”, destacou.
Neste conjunto de novos investimentos destacam-se a resolução dos problemas críticos das Muralhas de Castelo Mendo (Almeida), do Abrigo do Lagar Velho (Leiria), do Castelo e Muralhas de Trancoso, das Muralhas de Pinhel, da Sé de Viseu, da Igreja de Almedina (Coimbra) e do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova (Coimbra).