Presidente da Câmara da Guarda espera que Justiça “cumpra o seu papel”

Na reunião do executivo, Carlos Chaves Monteiro deu a conhecer que Álvaro Amaro renunciou ao mandato de presidente da câmara municipal, após ter apresentado, em abril, a suspensão do cargo, por ser candidato a eurodeputado pelo PSD.

O presidente da Câmara da Guarda disse ontem esperar que a Justiça “cumpra o seu papel” nos processos judiciais que envolvem eleitos do PSD e funcionários, enquanto o PS considera que o nome da autarquia fica “manchado”.

O assunto foi abordado no período antes da ordem do dia da reunião quinzenal do executivo municipal pelo vereador do PS Pedro Fonseca, que pediu esclarecimentos ao presidente da câmara, o social-democrata Carlos Chaves Monteiro, por considerar que a oposição “não tem de receber informação pela comunicação social”.

“Infelizmente, a câmara municipal está envolvida em dois processos judiciais. O senhor presidente deveria ter informado a câmara das matérias que estão em apreço”, disse o socialista.

Pedro Fonseca referia-se ao facto de o social-democrata Álvaro Amaro, que renunciou ao mandato autárquico na Guarda para assumir o cargo de deputado no Parlamento Europeu na sequência das eleições de 26 de maio, ter sido constituído arguido no âmbito da operação “Rota Final”.

No passado dia 12, a Polícia Judiciária (PJ) realizou buscas a 18 câmaras municipais do Norte e Centro do país, sendo a operadora de transportes públicos Transdev também uma das visadas.

A operação “Rota Final” investiga um alegado esquema fraudulento de viciação de procedimentos de contratação pública.

A estação televisiva SIC também noticiou que o eurodeputado Álvaro Amaro e ex-presidente da Câmara da Guarda, o atual presidente, Carlos Chaves Monteiro, o vereador da Cultura, Victor Amaral, e duas técnicas superiores do município “vão responder por fraude na obtenção do subsídio que financiou a festa de Carnaval em 2014”.

Ontem, na reunião do executivo camarário, após o PS ter abordado o assunto, Carlos Chaves Monteiro deu algumas explicações, embora tenha advertido que “há segredo de justiça” sobre os casos.

Segundo o autarca, no caso “Rota Final”, o município da Guarda foi inspecionado por uma equipa de seis elementos da PJ, que estiveram nos Paços do Concelho e pediram “um conjunto de documentos, onde estão processos relacionados com os transportes urbanos”.

“Sabe mais a comunicação social [sobre o tema] do que nós”, rematou Carlos Chaves Monteiro.

Sobre o outro processo, que envolve três eleitos e duas funcionárias, disse que “há uma intenção de abrir a instrução” e os arguidos, onde se inclui, irão “usar das prerrogativas legais” ao seu alcance “para provar a inocência”.

“Temos de manter-nos serenos e [esperar] que a Justiça cumpra o seu papel. A nossa consciência está tranquila, nós defendemos o interesse público. Temos de nos manter serenos e acreditar que as instituições funcionam e que a inocência se demonstrará no final do processo”, declarou Carlos Chaves Monteiro.

Depois de ouvir as explicações do presidente da câmara, o vereador socialista Pedro Fonseca disse esperar que os dois processos judiciais “decorram dentro da normalidade”.

No entanto, assumiu que, independentemente do desfecho, o nome do município “sai sempre manchado”.

Na reunião do executivo, Carlos Chaves Monteiro deu a conhecer que Álvaro Amaro renunciou ao mandato de presidente da câmara municipal, após ter apresentado, em abril, a suspensão do cargo, por ser candidato a eurodeputado pelo PSD.


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