A greve convocada por diversas organizações sindicais para contestar as recentes decisões do Governo para o setor causará perturbações em todos os serviços, devendo a circulação reduzir-se a cerca de um quarto da oferta habitual.
De acordo com os serviços mínimos decididos pelo Tribunal Arbitral nomeado pelo Conselho Económico e Social, nos serviços de longo curso (Alfa Pendular e Intercidades) e regional realizam-se cerca de 30% das ligações programadas e nos urbanos cerca de 25%.
A greve de quinta-feira abrange trabalhadores de cinco empresas — CP, CP Carga, Refer, EMEF e Estradas de Portugal (EP), que contestam a privatização da CP Carga e da empresa de manutenção ferroviária, a fusão da EP com a Refer e a concessão de linhas da CP.
Na passada quinta-feira, o Governo aprovou em Conselho de Ministros a fusão da Estradas de Portugal e da Refer na Infraestruturas de Portugal, que será uma realidade a 01 de maio ou a 01 de junho, dependendo da promulgação do diploma pela Presidência da República.
Duas semanas antes, o Governo tinha aprovado os processos de privatização da CP Carga e da EMEF, que deverão estar concluídos até ao final da legislatura, depois de um longo processo negocial com Bruxelas sobre as ajudas do Estado às duas empresas.