Os itinerários propostos são de pequena rota, realizam-se às quartas-feiras, e procuram dar a conhecer a riqueza natural e cultural das Aldeias de Montanha e da serra da Estrela.
A Rota da Garganta de Loriga, um itinerário entre o planalto superior da serra da Estrela e a vila de Loriga, é a proposta para o dia 10 de julho. O percurso tem uma extensão de 8770 m e compreende uma paisagem marcada, em quase toda a sua extensão, por vestígios glaciários característicos do último período frio que se abateu sobre esta área.
No trajeto, que se inicia na área das Salgadeiras (EN 338 / Km 27) e termina no largo da Carreira de Loriga, salienta-se uma sucessão de quatro depressões designadas por covões Boieiro, do Meio, da Nave e da Areia, que albergam um conjunto de espécies de fauna e flora raras e exclusivas dos ambientes de montanha.
O segundo percurso decorre no final de julho, no dia 24, apresenta 5 km de extensão e tem como cenário o planalto superior da montanha. Nas Salgadeiras, no covão do Passarão e no covão da Clareza, áreas situadas no setor superior da ribeira da Candeeira, a cerca de 1800 metros de altitude, encontra-se um número significativo de lagoas e charcos de origem glaciária, que se evidenciam pelo bom estado de conservação. Estas massas de água preenchem depressões criadas pela erosão dos gelos do último período frio, estando com frequência represadas por pequenas saliências rochosas. Aqui ocorrem algumas das mais singulares espécies da serra, de que são exemplo o melro-das-rochas, a orvalhinha, uma pequena planta insectívora, e a rara libélula-dos-juncos.
No pico do verão, a 7 de agosto, o CISE dá a conhecer a rota da Caniça, um percurso ao longo do vale da ribeira da Caniça, na Lapa dos Dinheiros. Este “caminho de montanha” tem cerca de 7km de extensão e regista uma paisagem montanhosa dominada por soutos, pinhais, lameiros, matos e afloramentos rochosos. Neste percurso merece especial destaque o souto da Lapa, um bosque de castanheiros centenários, que suporta uma elevada diversidade de espécies de fauna e de flora. Na ribeira e sua envolvente, justificam uma referência particular as quedas da Caniça, os Cornos do Diabo e o buraco do Sumo, setor onde o curso de água corre subterraneamente.
Quinze dias depois, a 21 de agosto, a sugestão recai novamente sobre a Rota do Maciço Central e Rede de Percursos do PNSE, desta vez com um itinerário de 7,5 km que segue até à Lagoa Comprida, numa vertente situada a uma altitude superior 1600 metros.
Aqui, na transição entre os andares intermédio e superior da serra da Estrela, encontra-se uma elevada biodiversidade, quer a nível faunístico quer florístico.
A vegetação desta área é dominada, essencialmente, por matos de zimbro e urzes e prados de altitude, podendo ser observadas espécies únicas em Portugal, como o heléboro-branco e a lagartixa-da-montanha.
Destaca-se ainda, que resultado da menor pressão de rebanhos transumantes, nesta encosta é possível encontrar, com uma frequência cada vez maior, bosquetes de pinheiros-silvestres e bétula, bem como um conjunto de espécies associadas, anteriormente pouco comuns a estas altitudes.
Os interessados em participar podem fazer a inscrição on-line (em www.cise.pt). A participação na atividade está limitada a 11 participantes, realizando-se com um mínimo de 6, e tem um custo simbólico de 10 euros, valor associado ao seguro e transporte.