Durante a ação, os ambientalistas distribuíram panfletos aos habitantes da vila de Figueira de Castelo Rodrigo, localizada junto da fronteira, e deixaram a mensagem “Minas de Urânio? Não, Obrigado! Nem em Salamanca nem noutro lado!”.
“Travar a exploração de urânio em Salamanca é defender diretamente a natureza, a saúde e o nosso futuro”, lê-se no documento distribuído, na passada sexta-feira.
Segundo “Os Verdes”, a iniciativa pretendeu alertar a população para os riscos que a exploração de urânio, que está para ser implementada junto à fronteira portuguesa, pode acarretar para o ambiente e saúde humana “principalmente pela propagação de partículas radioativas e contaminação das águas do rio Douro”.
Na ação de sensibilização em Figueira de Castelo Rodrigo marcaram presença dirigentes nacionais do Partido Ecologista “Os Verdes”, como Delfina Bazareu e Miguel Martins.
O ambientalista Miguel Martins disse à agência Lusa que o complexo prevê a abertura de minas a céu aberto (uma será na zona de La Alameda de Gardon, localidade que dista cerca de oito quilómetros da fronteira), a criação de uma unidade de reprocessamento de urânio (em Retortillo-Santidad, Salamanca, na bacia hidrográfica do rio Douro) e um depósito de resíduos radioativos.
O responsável lembrou que o partido tem lutado desde a primeira hora para travar esta exploração de urânio espanhola, cujo processo “vai num estado muito adiantado”.
“Este é um processo muito similar ao aterro temporário em Almaraz, em que Portugal não foi tido nem achado quanto aos impactos ambientais”, disse.
“Os Verdes” pretendem que o Governo tenha uma posição “muito clara” sobre o processo de Retortillo-Santidad pela proximidade aos municípios de Almeida, Figueira de Castelo Rodrigo e Freixo de Espada à Cinta.
O partido lembra, em comunicado, que desde 2013 já apresentou quatro perguntas ao Ministério do Ambiente sobre este projeto e na terça-feira a deputada Heloísa Apolónia, reafirmou em plenário da Assembleia da República “a necessidade de travar as minas em Salamanca e alertou para a passividade do Governo sobre este assunto”.
Segundo “Os Verdes”, Heloísa Apolónia questionou também o primeiro-ministro sobre se o tema fará, ou não, parte da agenda da Cimeira Ibérica que se realizará na próxima semana em Vila Real.
“O importante é exercer pressão junto do Governo português, para exercer pressão junto do Governo espanhol”, disse Miguel Martins.