"O Magriço" em exposição no Museu dos Lanifícios

“Uma exposição que cruza o património, a história, a arquitetura e o desenho” é assim que Ana Martins, docente do Departamento de Engenharia Civil e Arquitetura da UBI, caracteriza a mostra inaugurada, no dia 25 de março, na Galeria da Real Fábrica de Panos do Museu dos Lanifícios.

A figura histórica de Álvaro Gonçalves Coutinho, mais conhecido por “O Magriço”, lendário cavaleiro de Penedono, é tema da mais recente exposição patente na Galeria da Real Fábrica de Panos do Museu dos Lanifícios. A mostra, da autoria de Pedro Emanuel, conta um pedaço da história de Portugal de forma original, através da banda desenhada (BD).

Nas cerca de 39 pranchas de BD que estão em exibição é possível conhecer as aventuras de “O Magriço”, um dos cavaleiros que partiu de terras beirãs em direção a Inglaterra, e que mais se destacou, pela sua valentia, na defesa da honra de um grupo de doze damas injuriadas.

Foi através da primeira edição da obra “Os Lusíadas”, de 1572, que Pedro Emanuel obteve inspiração para criar a banda desenhada “O Magriço”. O autor explica que o trabalho não surgiu por acaso, mas de um desejo de “difusão da identidade e de uma figura local, histórica que tem a ver com Penedono”. As criações surgem também porque “foi à volta desta figura que o município do concelho de Penedono entendeu fazer uma história que envolvesse a execução de uma banda desenhada”, realça Pedro Emanuel.

A banda desenhada foi a forma de arte escolhida para dar a conhecer a história “d’O Magriço e dos Doze de Inglaterra”, uma vez que, segundo o artista, esta “dirige-se para vários segmentos da população se não para todos”. Pedro Emanuel destaca ainda que a banda desenhada pode ter uma função pedagógica, já “que os alunos todos eles são diferentes, todos eles têm várias formas de aprendizagem”. A docente do Departamento de Engenharia Civil e Arquitetura da UBI e uma das curadoras da exposição, Ana Martins, também considera que a banda desenhada “é essencial para transmitir ideias, emoções e sentimentos”.

Para a criação de cada uma das pranchas de BD foi preciso fazer todo um trabalho de pesquisa histórica, com a consulta de vários documentos. Pedro Emanuel explica que nem todos os relatos que existem contam os episódios da mesma forma e por isso foi necessário fazer seleções e “optar por alguns caminhos”. O artista refere ainda que foi preciso criar um guião orientador para todo o trabalho, mas que o resultado não podia ser melhor, com a exposição a percorrer todo o país. A banda desenhada “O Magriço” é apenas um dos trabalhos do autor que confessa ter já “vários projetos em mente, e vários projetos a serem executados”.

A exposição de pranchas de banda desenhada “O Magriço” vai estar patente ao público até ao dia 24 de maio. Uma das curadoras da mostra, Ana Martins, espera que esta “seja visitada por Escolas Secundárias e pela Escola Primária, mas que também sirva, uma vez que está na Real Fábrica de Panos, para alegrar a passagem dos alunos da UBI por este espaço”.

Para além de Ana Martins, a exposição conta com a curadoria do também docente do Departamento de Engenharia Civil e Arquitetura da UBI, Filipe Lacerda Neto, e de António José Coelho, da Quartzo Editora. O mostra é ainda apoiada pela Câmara Municipal de Penedono.


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