“Nada fazia prever que, apesar da admiração pelo interior, que muito boa gente diz ter e que depois da machadada dos incêndios, viesse agora um novo incremento sobre um imposto discriminatório, como são o aumento das portagens, nas ex-scut”, refere uma nota de imprensa enviada à agência Lusa.
A Plataforma de Entendimento agrega a Associação Empresarial da Beira Baixa, União de Sindicatos do Distrito de Castelo Branco, Comissão de Utentes da A23 e Associação de Empresários pela Subsistência do Interior.
Apesar de ter vindo a mostrar preocupação com o tema das portagens, junto do poder político, sublinha que não tem obtido resultados práticos quanto à abolição das portagens: “Não pela falta de argumentos, mas sim pela postura de indiferença sobre um tema estratégico para o desenvolvimento regional”.
“É inconcebível que se penalizem desta forma as pessoas e empresas do interior, com mais um aumento de despesa que compromete a sustentabilidade destes territórios, já bastante fragilizada”, sustentam.
Lembram ainda que já foram endereçados pedidos de audiência ao Ministro das Infraestruturas e Ministro Adjunto, que acusam de não se dignarem a “gastar algum tempo” a recebê-los.
“É absolutamente lamentável e condenável que o ministro Siza Vieira, tendo vindo ao distrito, não tivesse aproveitado para fazer a reunião solicitada e que ainda não tenha percebido a necessidade de caminhar para a abolição das portagens para todos sem exceção”, sublinham.
Adiantam ainda que em breve vão reunir-se para decidir sobre novas e mais avançadas formas de intervenção e ação, sem prejuízo de, no imediato, seguirem novos pedidos de audiência aos ministros respetivos e iniciativas regionais, condizentes com o que o assunto merece.
“Como é possível estarem todos de acordo no reconhecimento do peso que o assunto das portagens aporta à região e a maioria dos deputados não se dignarem agir em conformidade com o necessário nesta temática”, questionam.
A Plataforma de Entendimento pergunta ainda onde está a distribuição da riqueza que tem vindo a ser criada nos últimos dois anos e onde está a reposição dos direitos existentes antes do período de crise, no que às portagens diz respeito: “Será que essa justa reposição é só para alguns e não é para o Interior do país?”.
“É pois, com muita estranheza e agora com total indignação, que vemos que o assunto, aparentemente acarinhado pelos deputados, não foi além de um passatempo e que, notoriamente, este só contribuiu para as estatísticas da realização política e do apregoado funcionamento da democracia, em que se envolveram os representantes do povo, com o povo”, concluem.