A integração, pela primeira vez, de um snowboarder no programa de preparação para os Jogos Olímpicos de PyeongChang 2018 é o feito destacado por Nuno Marques, selecionador nacional da modalidade, há um ano no cargo.
Christian de Oliveira, 18 anos, nasceu na Austrália, país pelo qual competiu até este ano, e vive nos Estados Unidos, mas é filho de pai português, de Viseu, e quando foi contactado pela Federação de Desportos de Inverno de Portugal (FDIP) deixou o progenitor orgulhoso ao aceitar representar Portugal, contou Nuno Marques.
O lusodescendente é a esperança para as cores nacionais no snowboard se estrearem nos Jogos Olímpicos de Inverno, que decorrem entre 09 e 25 de fevereiro do próximo ano na cidade sul-coreana.
Nuno Marques sublinha que Christian de Oliveira compete desde criança, que se mudou para um clube norte-americano para viver absorvido pela modalidade, numa escola de montanha, e acredita no apuramento do ‘rider’, que tem dupla nacionalidade.
“Acredito que ele tem possibilidades de se apurar. Não é fácil, mas está muito longe do impossível”, frisou hoje Nuno Marques, em declarações à agência Lusa.
O snowboarder já tem mais de cem pontos da Federação Internacional de Esqui (FIS), acima do mínimo exigido. Para conseguir a qualificação falta conseguir ficar entre os 30 primeiros numa das cinco provas da ‘World Cup’ em que vai participar na disciplina de snowboard paralelo.
O primeiro selecionador nacional de snowboard, no cargo desde novembro de 2016, diz que Portugal já está a fazer história, por ter alguém na disciplina a competir a alto nível.
A FDIP, com sede na Covilhã, chegou a Christian de Oliveira procurando nas listas da FIS nomes de possíveis lusodescendentes, no âmbito da estratégia de encontrar atletas junto de comunidades portuguesas em locais com tradição em desportos de neve.
“Para já, os atletas em Portugal ainda não têm o nível competitivo que lhes permita aspirar a estar nos Jogos Olímpicos de PyeongChang, mas esperamos que o Christian abra portas e contamos criar condições para que os que cá estão possam treinar para os Jogos seguintes”, sublinhou o selecionador.
A formação, afirma Nuno Marques, não está esquecida e o contrato com possíveis atletas está a ser feito junto das crianças dos projetos ‘Ski 4 All’ e ‘Brincar na Neve’, que demonstram potencial, embora o técnico sublinhe a dificuldade de “não ter neve à porta de casa todos os dias”.
Para janeiro está prevista a realização, na Estância da Serra da Estrela, de um campo para a captação de atletas, durante o qual Nuno Marques espera detetar gente nova na modalidade.
Portugal tem 11 atletas na preparação olímpica para os Jogos de Inverno de Pyeongchang 2018. Em Sochi 2014, na Rússia, o país esteve representado por Camille Dias e Arthur Hanse, ambos atletas de esqui alpino a residirem no estrangeiro.