Hortas D’Idanha aposta em linha de produção biológica

A empresa Hortas D’Idanha vai introduzir uma linha de produção de produtos biológicos que irá ocupar 20 hectares de terreno na herdade do Couto da Várzea e quer constituir-se como uma organização de produtores.

“Um dos desafios passa por assumir o desenvolvimento de uma linha ‘bio’, em paralelo com a produção convencional. A empresa passa a ter dois trunfos: a produção convencional com aquilo que já se faz e uma linha de produtos biológicos que terá uma marca de distinção própria”, disse o presidente da direção, José Adelino Gameiro.

A Câmara de Idanha-a-Nova alienou em 2016, os 45% da sua participação na Hortas D’ Idanha, instalada no Centro Logístico Agroalimentar de Ladoeiro, no distrito de Castelo Branco, passando a empresa a ser 100% privada, mantendo o estatuto de sociedade anónima atualmente com 76 acionistas.

A empresa nasceu em 2010, fruto de uma iniciativa do município local e de um conjunto de agricultores, então com a Câmara de Idanha-a-Nova a assumir a maior parte do capital.

José Gameiro explica que este ano fecha-se um ciclo de uma empresa cujo objetivo principal visava o escoamento de produtos produzidos na campina de Idanha-a-Nova e a organização das vendas, sendo que o produto âncora, a melancia do Ladoeiro, ficou e é conhecida a nível nacional e mesmo no estrangeiro.

“Toda a grande superfície consome melancia nossa, mas esta já não chega para as encomendas. Por força do mercado que se conquistou, há a necessidade de produzir outro tipo de produtos, além da época da melancia e do melão”, sustentou.

Apesar de haver já um conjunto de jovens agricultores a apostar no setor da fruticultura, o presidente da direção da Hortas D’Idanha sublinha que, ainda assim, essas produções não são suficientes para ocupar o ano todo, pelo que o desafio passa agora pela criação de uma linha de produção biológica, com produtos adaptados à região, como o tomate, leguminosas e outros.

“Foi cedido à empresa um terreno de 20 hectares na Várzea, que vamos utilizar como produção própria [produtos biológicos], servindo de exemplo para os outros agricultores”, frisou.

O presidente da direção adiantou ainda que a empresa tem já negociações avançadas com uma empresa que fornece tudo o que é produto biológico no país e em que 80% dos produtos biológicos vendidos são importados.

“Esta parceria assegura muito da produção biológica que se consiga. Contudo, implica uma reestruturação da empresa que já está a ser feita ao nível dos meios humanos e técnicos. Estamos em sintonia com a estratégia regional no âmbito dos produtos biológicos e com toda a importância que o agroalimentar está a assumir na região”, declarou.

Neste sentido, José Gameiro quer que a Hortas D’Idanha se constitua como uma organização de produtores, sendo que uma das condições necessárias é ter um volume de faturação mínimo de 600 mil euros e um mínimo de 24 produtores, condições que a empresa possui.

Contudo, caso não existisse uma linha de produção de produtos biológicos, seria necessária uma faturação cinco vezes superior.

Este responsável disse também que a empresa precisa de ser alavancada pelo que brevemente irá fazer um aumento de capital e abrir a Hortas D’Idanha ao reforço da posição de alguns acionistas e inclusive abrir a porta à entrada de novos investidores.

A Hortas D’Idanha está também a fazer um ensaio de produção de espargo verde, um produto novo cujos resultados são até agora extremamente satisfatórios e onde a empresa pode ganhar um espaço importante nos mercados do norte da Europa.


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