Grupo de cidadãos de Castelo Branco monitoriza radiação no rio Tejo

Um grupo de cidadãos e instituições de Castelo Branco criou o projeto Tejo Seguro, cujo objetivo é disponibilizar informação sobre o nível de radiação na fronteira de Segura, zona do território português mais perto da central nuclear de Almaraz.

“O objetivo do Projeto Tejo Seguro é disponibilizar de forma aberta e independente informação sobre o nível de radiação ionizante medido na fronteira com Espanha, fronteira de Segura e ponto do território português mais perto da central nuclear de Almaraz”, refere, em comunicado enviado hoje à agência Lusa, o grupo promotor do projeto.

O projeto Tejo Seguro, que vai ser apresentado na quarta-feira, no Cybercentro de Castelo Branco, envolve docentes do Instituto Politécnico de Castelo Branco, o Centro de Empresas Inovadoras (CEI), o FabLab, a Associação de Informática de Castelo Branco, ativistas pelo rio Tejo e o meteorologista Costa Alves, entre outros.

Os promotores explicam que vão adquirir e instalar uma sonda Geiger-Muller e será desenvolvida uma plataforma ‘web’ para monitorização remota do nível de radiação medido a cada 10 minutos.

Ao mesmo tempo, a plataforma irá mostrar os níveis de alerta recomendados pelos organismos de saúde internacionais.

Outro objetivo deste projeto é sensibilizar para a presença constante do risco que é a central nuclear de Almaraz.

“Este projeto não está alinhado com nenhum movimento político, somos independentes e transparentes. Acreditamos no poder dos cidadãos na monitorização e defesa do ambiente”, sustentam.

O grupo recorda que a central nuclear de Almaraz, em Espanha, situa-se apenas a 100 quilómetros da fronteira portuguesa de Segura, no distrito de Castelo Branco.

Adiantam que, até há pouco tempo, as agências governamentais eram a única fonte de informação sobre os níveis de radioatividade verificados numa determinada zona.

No caso de Portugal, essa competência está a cargo da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

Contudo, explicam que, após o desastre nuclear de Fukushima, em 2011, e graças ao desenvolvimento de sensores de radioatividade ‘low cost’, têm surgido por todo o mundo iniciativas em que grupos de cidadãos independentes monitorizam o nível de radioatividade e dão como exemplo, a iniciativa internacional “SAFECAST: http://blog.safecast.org”.


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