Com efeito, se na década de 70 a resinagem representava uma das principais atividades económicas nacionais, recentemente a variação destas economias face ao mercado europeu e a procura de alternativas mais ecológicas aos derivados do petróleo, renovaram o interesse pelo setor da resina.
Acompanhando esta tendência, o Baldio da Freguesia de Cortes do Meio iniciou o processo de revitalização desta atividade no seu perímetro florestal. Para tal, houve necessidade de recuperar as técnicas associadas a esta prática, que se baseiam nos saberes antigos da população através das gerações e na produção e fabrico, ainda artesanal, das ferramentas e utensílios necessários.
Estes e outros ensinamentos estiveram na base da acção de formação desenvolvida pelo Baldio, com o objectivo de promover a transmissão de conhecimentos ancestrais às gerações vindouras.
Deste modo, em termos ambientais esta formação resultou essencialmente na melhoria do sistema de ordenamento florestal, na valorização dos recursos endógenos e no reforço da vigilância e prevenção de incêndios, devido à permanência do resineiro na floresta durante os meses mais quentes do ano, principal período para o desenvolvimento dos trabalhos.
Trata-se de mais uma ação do Baldio de Cortes do Meio na procura da diversificação das suas atividades e serviços, de modo a garantir a independência de subvenções financeiras e a criação de condições de sustentabilidade futura para a sua organização.
Esta produção de receitas próprias para a comunidade local tem vindo a promover a criação de postos de trabalho, bem como a inserção e reestruturação profissional de desempregados de longa duração, favorecendo o empreendedorismo social e o desenvolvimento local integrado.
